A Reserva Federal dos Estados Unidos vai implementar um ritmo mais suave nas subidas das taxas de juro no próximo ano de forma a apoiar a maior economia do mundo, que apesar de estar de boa saúde tem demonstrado alguns sinais de fraqueza em relação às expetativas, afirmou Jerome Powell, presidente da instituição esta quarta-feira.
Depois da reunião de dois dias, na qual o Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC) aumentou a federal funds rate, como esperado e pela quarta vez este ano, e reviu em baixo as projeções do banco central para a economia norte-americana, Powell explicou, em conferência de imprensa, o rumo da política monetária para 2019.
“Apesar do quadro económico robusto e a nossa expetativa para um crescimento saudável, temos visto desenvolvimentos que sinalizam algum suavizar, relativamente ao que esperávamos há uns meses”, referiu. “Ao mesmo tempo, a volatilidade nos mercados financeiros aumentou nos último par de meses, e as condições gerais de financiamento ficaram mais apertadas, ou seja, dão menos suporte ao crescimento”.
Powell explicou que esses desenvolvimentos não mudaram fundamentalmente as perspetivas, mas salientou que a maioria dos membros do FOMC reviu em ligeira baixa as projeções para o crescimento e para a inflação no próximos anos.
“As projeções também demonstram um percurso ligeiramente mais modesto para a federal funds rate, algo que deverá apoiar a economia e manter-nos perto dos nossos objetivos”, salientou.
No final da reunião de dois dias, a instituição liderada por Powell anunciou o aumento de 25 pontos base, fixando os juros de referência para um intervalo entre 2,25% e 2,50%. Apesar das críticas do presidente norte-americano, Donald Trump, à condução da política monetária do banco central, esta é a quarta subida, após o último aumento em setembro, e o nono desde 2015, altura em que colocou fim à política de taxa zero em vigor durante sete anos.
A Fed sinalizou que deverá fazer dois aumentos da taxa de juro diretora em 2019, face à anterior previsão de três aumentos. “Revimos ligeiramente em baixa e agora acreditamos que a economia irá crescer de uma forma que irá requerer dois aumentos durante o ano”, salientou.
Num final de ano que está ser de nervosismo e volatilidade nos mercados financeiros, os analistas e investidores procuram sinais do banco central sobre o rumo da política monetária para orientar as decisões.
[Atualizada às 19h54]
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