[weglot_switcher]

“Precisamos de uma lufada de ar fresco”. Miguel Relvas pede “novas eleições” no PSD

O ex-ministro dos Assuntos Parlamentares diz que o PSD teve dificuldade em “se assumir como alternativa” nestas eleições e pede que sejam marcadas novas eleições diretas no partido.
  • Cristina Bernardo
7 Outubro 2019, 13h43

O antigo número dois de Pedro Passos Coelho na direção do Partido Social Democrata (PSD), Miguel Relvas, defende que o PSD precisa de “uma lufada de ar fresco” e de “novos protagonistas”. O ex-ministro dos Assuntos Parlamentares diz que o PSD teve dificuldade em “se assumir como alternativa” nestas eleições e pede que sejam marcadas novas eleições diretas no partido.

“Que se marque novas eleições, que se Rui Rio achar que deve ir a votos, que vá, que explique que expectativa e que alternativa quer construir para daqui a quatro anos, que não foi capaz de construir nestas eleições. Precisamos de uma lufada de ar fresco, de novos protagonistas, de novas políticas e de reconstruir o espaço político”, afirmou o antigo dirigente do PSD, em declarações à rádio “TSF”.

Miguel Relvas deu o exemplo do CDS-PP, cuja líder, Assunção Cristas, decidiu convocar antecipadamente o Congresso Nacional a fim de eleger uma nova liderança para o partido. Em causa esteve o “mau resultado” eleitoral, que fez a bancada centrista encolher de 18 para cinco deputados. Assunção Cristas assumiu a responsabilidade e avançou que não se irá candidatar novamente a presidente dos democratas-cristãos.

“O PSD não pode entrar no limbo político à espera que se encontre soluções”, avisou Miguel Relvas. “O maior problema foi a dificuldade que o PSD teve em se assumir como alternativa. Não assumir aquele que foi o seu passado, não ter um projeto alternativo ao Partido Socialista”, disse à rádio do grupo Global Media.

Miguel Relvas defende também que é necessária uma profunda reflexão nos órgãos dirigentes do PSD, tendo em conta que “António Costa governou quatro anos sem ter ganho eleições” e, segundo o social-democrata, essa pode ser uma das razões pela qual o PS não conseguiu a maioria absoluta, apesar da “fragilidade evidente do PSD e do CDS-PP”.

“Quando ganha, ganha o líder e o partido. Quando perder, perde o líder porque o partido tem de continuar. Muitos daqueles que não querem ver esta realidade, há um ano e meio disseram, depois das eleições autárquicas, em que o anterior líder não era sequer candidato, disseram: ele é o responsável, tem de se demitir. E disseram-no na noite das eleições”, salientou, na mesma entrevista.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.