Os preços do petróleo esta quinta-feira caíram com as noticias de que os Estados Unidos vão começar a colocar um milhão de barris por dia (bpd) de petróleo oriundos das suas reservas nos próximos seis meses, de forma a responder à pressão criada no mercado energético pela invasão russa da Ucrânia e subsequentes disrupções e sanções. Isto, no mesmo dia em que a OPEP+ manteve o acordo atual para a produção de petróleo em maio e Putin anunciou que as importações de gás natural vão ter que ser pagas em rublos.
O preço do indicador do petróleo para os Estados Unidos, o crude, baixou 4,09 dólares por barril, ou 3,80%. O “ouro negro” está agora a transacionar a 103,72 dólares por barril. O brent, o principal indicador para o petróleo na Europa, também baixou e está agora a transacionar a 107,82 dólares por barril ao registar uma queda de 3,28%, ou 3,66 dólares.
De acordo com a “Reuters”, o recorde de lançamento de petróleo da REP dos EUA de 180 milhões de barris é o equivalente a dois dias da procura global e vai chegar ao mercado durante vários meses, disseram quatro fontes norte-americanas na quarta-feira, numa altura em que a Casa Branca está a tentar baixar os preços dos combustíveis.
John Kilduff, sócio da Again Capital disse que “este é um mercado onde cada barril conta e (a potencial libertação de petróleo da REP) é um volume significativo de a ser colocado no mercado por um longo período de tempo”.
A libertação de petróleo do REP também pode ser um sinal de que Washington não espera uma rápida resolução para a crise na Ucrânia, que tem atrasado o fornecimento de petróleo, disse Susannah Streeter, analista sénior de investimentos e mercados na Hargreaves Lansdown.
“Tempos desesperados, exigem claramente medidas desesperadas e o governo de Biden acredita que o aumento dos preços do petróleo justifica esta mudança.”
Os analistas do Goldman Sachs acreditam que a mudança vai ajudar o mercado petrolífero a reequilibrar-se em 2022, mas que não deve ser encarada como uma solução permanente.