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Preços das casas em Portugal subiu 60% entre 2010 e 2021 (com áudio)

Desde que o turismo começou em Portugal, os preços das habitações dispararam consideravelmente, em parte também devido à criação de alojamentos locais, o que levou a uma pressão urbanística nas maiores cidades.
8 Abril 2022, 10h52

O preço para a compra de habitação subiu 10% entre o quarto trimestre de 2021 e 2020, enquanto as rendas apenas cresceram 1,3% na União Europeia, revela o Eurostat. Assim, o gabinete estatístico europeu nota que o preço das casas e as rendas “continuam o seu aumento contínuo”.

Numa análise mais profunda, o Eurostat comparou os preços entre 2010 e o último trimestre do ano passado, de forma a perceber a evolução do preço das habitações nos estados-membros. Ora, entre as conclusões, o órgão estatístico notou que o preço das casas e as rendas na UE seguiram caminhos semelhantes entre todo o ano de 2010 e o segundo trimestre de 2011 mas que a partir dessa altura “os caminhos divergiram significativamente”.

“Embora as rendas tenham aumentado de forma constante desde o segundo trimestre de 2011 até ao quarto trimestre de 2021, os preços das casas flutuaram consideravelmente”, escreve o gabinete.

“Após uma quebra acentuada entre o segundo trimestre de 2011 e o primeiro trimestre de 2013, os preços da habitação permaneceram mais ou menos estáveis entre 2013 e 2014. Depois, verificou-se um rápido aumento no início de 2015, uma vez que os preços da habitação aumentaram muito mais rapidamente o ritmo do que as rendas”.

Os dados mostram que, entre 2010 e o último trimestre de 2021, as rendas apresentaram aumentos de 16% e as casas de 42%.

Numa rápida análise aos dados publicados pelo Eurostat, é possível perceber que os preços em Portugal subiram consideravelmente ao longo da década. Entre 2010 e 2021, os preços das casas cresceram mais de 60% e as rendas observaram um aumento ligeiramente inferior a 30%. De relembrar que, desde que o turismo começou em Portugal, os preços das habitações dispararam consideravelmente, em parte também devido à criação de alojamentos locais, o que levou a uma pressão urbanística nas maiores cidades.

No entanto, Portugal não foi dos países com o maior crescimento. A Estónia (156%), Hungria (128%), Luxemburgo (124%), Letónia, República Checa, Áustria e Lituânia foram os países que verificaram os maiores aumentos desde 2010, com muitos preços a mais do que duplicar.

Comparando o quarto trimestre de 2021 com 2010, o preço das casas cresceu mais do que as rendas em 19 estados-membros, de um total de 27. O Eurostat nota que os preços habitacionais aumentaram em 24 estados-membros e desceu em três, nomeadamente Grécia (23%), Itália (12%) e Chipre (9%).

Quando analisados os preços das rendas, entre 2010 e os últimos três meses de 2021, os preços apresentaram aumentos em 25 estados-membros, sendo os mais notáveis na Estónia (171%), Lituânia (113%) e Irlanda (74%), e registou decréscimos em dois, Grécia (25%) e Chipre (1%).

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