Os preços implícitos das importações de bens registaram um aumento “mais expressivo” do que das exportações em julho, resultando num agravamento das perdas dos remos de trocas de Portugal, indica a nota divulgada esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
De acordo com o destaque agora publicado, no sétimo mês do ano, os preços implícitos das compras ao exterior subiram 26%, enquanto os das vendas aumentaram 18,6%. Deste modo, agravou-se a referida perda, que vinha já sendo registada nos últimos meses “devido, sobretudo, aos preços dos bens energéticos e contribuindo para a deterioração do saldo externo de bens”, explica o gabinete de estatísticas.
A nível nacional, o INE adianta que Índice de Preços no Consumidor (IPC) subiu 9,1% em julho, atingindo a taxa mais elevada desde novembro de 1992. “O indicador de inflação subjacente (IPC total excluindo bens energéticos e alimentares não transformados) registou uma variação homóloga de 6,2% (6,0% em junho), a mais elevada desde abril de 1994”, sublinha o gabinete de estatísticas.
E acrescenta, por outro lado, que, em julho, o índice de preços na produção da indústria transformadora subiu 26,1%, acelerando, uma que no que no mês precedente tinha ficado em 25,6%. O crescimento registado em julho foi, de resto, o mais elevado da atual série. “Excluindo a componente energética, este índice aumentou 15,6% em termos homólogos, desacelerando 0,5 pontos percentuais relativamente ao mês anterior”.
Na síntese económica da conjuntura divulgada esta quinta-feira, o INE salienta ainda que o Produto Interno Bruto (PIB) português subiu, em termos homólogos, 6,9%, no segundo trimestre, “refletindo em parte um efeito de base, dado que no primeiro trimestre de 2021 estiveram em vigor várias medidas de combate à pandemia que condicionaram a atividade económica”.
Já em cadeia, o PIB caiu 0,2%, o que significa que Portugal, de acordo com os dados do Eurostat, foi um dos quatro países europeus cuja economia encolheu, entre abril e junho, a par da Polónia, Letónia e Lituânia.
“No segundo trimestre de 2022, a taxa de desemprego fixou-se em 5,7%, menos 0,2 e 1,0 pontos percentuais que as observadas nos trimestres anterior e homólogo, respetivamente. O emprego total manteve-se inalterado face ao trimestre anterior e aumentou 1,9% em termos homólogos”, detalha o INE, que realça, contudo, que a remuneração real caiu 4,6%, face à escalada dos preços.
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