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Prejuízos de 3,8 mil milhões: resultados da Amazon no trimestre dececionam

A gigante das vendas online viu os seus custos dispararem e a inflação a ter um impacto considerável nos números do primeiro trimestre. Há um ano, tinha conseguido lucros de mais de 8,1 mil milhões de dólares. As ações caíram mais de 9%.
  • Bryan Angelo/Unsplash
29 Abril 2022, 00h13

A gigante Amazon apresentou resultados do primeiro trimestre e perspetivas para o final do ano que os analistas consideraram unanimemente dececionantes, uma vez que o grupo líder do comércio eletrónico foi submersa por custos elevados para administrar os seus armazéns e para fazer as entregas aos clientes.

Mal os resultados foram conhecidos, já depois do fecho de Wall Street, as ações do grupo caíram 9%. As vendas líquidas foram de 116,4 mil milhões de dólares (a equivalência em euros é uma conta que importa pouco fazer) no final do primeiro trimestre, em linha com as expectativas dos analistas, mas os prejuízos ascenderam aos 3,8 mil milhões (7,56 dólares por ação), que comparam com lucros de 8,1 mil milhões em igual período do ano anterior. Mesmo assim, algumas casas de análise diziam esperar que o grupo chegasse a uma faturação de 125 mil milhões no trimestre.

Na América do Norte, o maior mercado da empresa, as vendas aumentaram 8%, enquanto as despesas operacionais aumentaram 16%, para 71 mil milhões de dólares. O grupo disse que teve cerca de seis mil milhões em aumento dos custos.

“Este foi um trimestre difícil para a Amazon, com tendências em todas as áreas-chave do negócio a seguirem na direção errada e uma perspetiva fraca para o segundo trimestre”, disse o analista principal da Insider Intelligence, Andrew Lipsman, citado pela agência Reuters.

Do lado positivo, os analistas destacam a prestação da Amazon Web Services, a divisão que o novo CEO Andy Jassy dirigiu antes de assumir o cargo principal da empresa no ano passado: aumentou a receita em 37%, para 18,4 mil milhões de euros, ligeiramente acima das estimativas dos analistas.

Jassy disse, comentando os números apresentados, que a empresa “finalmente atendeu às necessidades dos colaboradores e às necessidades de capacidade dos armazéns, mas ainda tem trabalho a fazer para melhorar a produtividade”. “Isso pode levar algum tempo, principalmente porque trabalhamos com pressões inflacionistas e dificuldades na cadeia de fornecimentos”, disse em comunicado oficial.

Por outro lado, as vendas online caíram mas o número de produtos vendidos estabilizou no primeiro trimestre, o que velou o diretor financeiro, Brian Olsavsky, a afirmar que o grupo está satisfeito com o ritmo de compras. “A inflação não deprimiu os padrões típicos de pedidos até agora”, disse no mesmo comunicado.

Agora, a Amazon tem como objetivo otimizar as transferências entre armazéns para conter as despesas – o que acarretará outro problema: vai ter excesso de capacidade de armazenamento e de transporte. Isso significa que a Amazon precisa de ter mais pedidos para justificar o espaço e o material circulante, disse Scott Mushkin, da consultora R5 Capital, igualmente citado pela Reuters. A Amazon “tem uma enorme quantidade de infraestrutura de distribuição e de logística. Para aproveitá-las, eles precisam de volume”, disse.

 

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