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Prémios para advogados há muitos, mas nem todos são iguais

Os ‘Chambers Europe Awards’ e os ‘Financial Times Innovative Lawyer Awards’ equivalem a um Óscar para a maioria dos escritórios de advogados. Os clientes consideram os galardões um reconhecimento.
18 Fevereiro 2017, 12h00

Aproximam-se dois meses decisivos para a notoriedade de qualquer sociedade de advogados. Chambers & Partners, Legal Business e The Lawyer vão premiar aquelas que consideram ser as melhores firmas ligadas à advocacia do ano. Os nossos cerca de 92 mil km2 de dimensão poderiam ser indiferentes aos ‘olheiros’ internacionais, no entanto, a realidade é que Portugal tem sido continuamente representado na lista de vencedores dos troféus destas entidades ou na dos nomeados para os mesmos.

Chambers Europe Awards, FT Innovative Lawyer Awards, Iberian Lawyer, International Financial Law Review European Awards, Lawyer Awards, Client Choice Awards, entre outros. Prémios há muitos, o que nos leva a questionar sobre a importância efetiva de cada um deles e o poder que têm as estatuetas na conquista de clientela.

Na opinião de Francisco Brito e Abreu, sócio de M&A da Uría-Menéndez Proença de Carvalho, há condecorações que pela “reputação e critérios adotados para a sua atribuição” são relevantes. O advogado considera que não são um “fator determinante para a captação ou manutenção de clientes”, mas “ajudam a dar referências de posicionamento de uma firma no seu mercado”.

Nem todos os prémios justificam os holofotes, como explica fonte oficial da SRS, sociedade liderada por Pedro Rebelo de Sousa. “Existem no mercado inúmeras entidades a atribuir prémios que não consideramos interessantes. A SRS Advogados considera estratégica a participação naqueles cujos processos de pesquisa são totalmente baseados na análise de uma candidatura e na consulta de clientes e mercado”, dizem.

E o que dizem os clientes?

Na generalidade, os clientes tendem a concordar. A PT Portugal refere que este tipo de distinções “não é com certeza o fator mais referenciador” que leva a empresa a escolher uma sociedade para assessorar as suas operações, enfatizando que “há escritórios que são especialistas em várias áreas com as quais trabalhamos” mas que é sinónimo de “reconhecimento”. No setor da banca, por exemplo, o Millennium BCP também privilegia a “relação de longa data” que mantém com a maioria dos escritórios com os quais trabalha, segundo um porta-voz do banco presidido por Nuno Amado.

Em outubro, foi o Financial Times a premiar a Vieira de Almeida e Associados (VdA) como “Firma Mais Inovadora da Europa Continental”. A firma liderada por João Vieira de Almeida assegura que são “sinais de reconhecimento, embora não tenham valor de angariação”.

Na perspetiva de Maria João Ricou, estes prémios são a maior referência. A ‘managing partner’ da Cuatrecasas, Gonçalves Pereira argumenta que “são diferenciadores pois premeiam a inovação das sociedades de advogados em duas vertentes: a da assessoria jurídica e a da gestão da própria sociedade”.

Em contrapartida, a CMS Rui Pena & Arnaut garante que “os prémios e reconhecimentos em diretórios são uma ferramenta muito importante de atração de novos clientes e servem também o propósito de confirmar perante os atuais que estão bem assessorados”. Fonte oficial do escritório liderado por José Luís Arnaut acrescenta que a sociedade faz questão de apostar em prémios “que são reconhecidos por clientes, pares e media” e tende a rejeitar “abordagens e intervenção em diretórios que têm uma lógica puramente de assinante-subscritor”.

Questionado pelo Jornal Económico, um responsável do Financial Times, que pediu para não ser identificado, defendeu que a chave do sucesso dos prémios promovidos pelo jornal britânico está na investigação que é feita em parceria com a RSG Consulting. Frisou que esta parceria põe em prática uma metodologia para classificar as diferentes firmas de advogados,  que envolve “pesquisa e análise minuciosas”.

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