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Prémios polémicos provam que recompra da TAP foi “só para meia dúzia de amigos”, acusa PSD

Os sociais-democratas acusam o Governo de “faz de conta” e de enganar os portugueses ao dizer que a empresa é pública, quando os interesses privados se sobrepõe aos interesses do país. 
6 Junho 2019, 18h56

O Partido Social Democrata (PSD) critica a forma como foi feita a reversão da privatização da TAP e diz que esta só veio beneficiar “meia dúzia de amigos”. Os sociais-democratas acusam o Governo de António Costa de “faz de conta” e de enganar os portugueses ao dizer que a empresa é pública, quando os interesses privados continuam a sobrepor-se aos interesses do país.

“No PSD, defendemos a reversão da privatização da TAP, mas não nos moldes em que foi feita. A empresa registou milhões de prejuízos e é difícil compreender como é que uma empresa deficitária veio atribuir prémios aos trabalhadores”, afirma o social-democrata Emídio Guerreiro, em declarações ao Jornal Económico. “São bónus que não são, com certeza, do Conselho de Administração, onde o Estado tem seis representantes”.

Em causa está o pagamento de 1,171 milhões de euros em prémios por parte da TAP a 180 pessoas, incluindo dois de 110 mil euros atribuídos a dois quadros superiores. O montante foi atribuído juntamente com o salário de maio destes colaboradores, depois de o grupo TAP ter apresentado, no ano passado, um prejuízo de 118 milhões de euros.

A decisão de atribuir estes prémios partiu da Comissão Executiva da TAP, presidida Antonoaldo Neves, que, segundo o Governo, não terá informado o conselho de administração.

“O Governo faz de conta e anda a enganar os portugueses ao dizer que a TAP é pública. Isto mostra que a TAP não é pública. É pública apenas para meia dúzia de amigos”, indica Emídio Guerreiro, sublinhando que a gestão continua nas mãos dos privados e o Estado “só é chamado para assumir dívidas”.

O social-democrata defende que a recompra da TAP foi sobretudo ideológica, para agradar aos parceiros de Governo, e não serve os interesses dos portugueses. “A reversão da privatização da TAP serviu apenas para servir os interesses da esquerda, que são contra qualquer iniciativa privada, e garantiu, como vemos, ganhos apenas para alguns”, sustenta Emídio Guerreiro.

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