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Presidência da República recebe delegação dos Lesados do BANIF

Assessor para os Assuntos Económicos e Orçamentais de Marcelo Rebelo de Sousa, Hélder Reis – antigo secretário de Estado da ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque, vai receber carta endereçada a Marcelo Rebelo de Sousa.
18 Novembro 2018, 15h31

Uma delegação dos Lesados do BANIF (representados pela associação ALBOA) é recebida na próxima segunda-feira, 19 de Novembro, às 15h, na Presidência da República, pelo Assessor para os Assuntos Económicos e Orçamentais de Marcelo Rebelo de Sousa, Hélder Reis. A reunião surge depois do Presidente da República ter prometido, a manifestantes na Madeira (a 2 de Novembro) ir “inteirar-se da situação” dos Lesados do BANIF.

Após esta declaração do Chefe de Estado a associação ALBOA solicitou formalmente a Belém (na sexta 6 de Novembro) uma audiência para melhor informar a Presidência da situação dos Lesados BANIF, incluindo a entrega de documentos.

Hélder Reis, foi Secretário de Estado adjunto e do Orçamento da então ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque, marcou a referida audiência para a próxima segunda-feira.

“Porque sabemos do seu empenho [de Marcelo Rebelo de Sousa] em de alguma forma contribuir para a resolução de problemas de contornos humanitários e até dramáticos, como é o caso, vimos solicitar uma audiência com Vossa Excelência para o melhor o informar da situação, que urge ter solução rápida”, pode ler-se na carta.

“Em determinada altura, quando o BANIF já se encontrava intervencionado pelo Estado, entendeu a Administração do Banco empreender uma recapitalização pública. E foi essa altura que o Departamento Comercial do BANIF transmitiu orientações aos seus serviços bancários para abordarem os pequenos aforradores da instituição”.

“Temos documentos internos do BANIF que revelam as orientações vigorosas dadas aos comerciais do banco para conseguirem levar a cabo, a todo o custo, a referida estratégia de venda de Obrigações, assim como temos testemunhos de, por exemplo, nos Açores, as operações de venda terem por vezes sido feitas junto de pastores em pleno campo de pastagens de animais. Um exemplo da atuação esforçada de como se venderam as Obrigações BANIF agora em causa”.

“Ao contrário do BES/Novo Banco, em que houve crime de falsificações de contas, no BANIF é o bom nome do Estado que está em causa, pois foi à sombra da sua garantia que se realizaram as transações”.

“Acontece que, aquando da venda do BANIF ao Santander-Totta, e contra a vontade do banco espanhol (que desejava poder alargar-se aos mercados da Madeira, Açores e Comunidades Portuguesas de Emigrantes), o Estado, incompreensivelmente, não permitiu a transmissão das referidas Obrigações, que ficaram retidas no ‘banco mau’. Nova responsabilidade do Estado neste penoso processo!”

“É nesta situação que pedidos ao Senhor Presidente da República que no âmbito das suas competência, que temos consciência são sobretudo de magistratura de influência, incluindo de influência social e de opinião pública, que ajude os Lesados BANIF, que ‘nos dê uma mão’, a fim de o Estado encontrar uma solução justa para estes escassos milhares de pessoas que acreditaram no Estado, em nome do bom nome do Estado, da justiça e dos princípios do humanismo”, conclui a carta.

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