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“Tal como Hitler fez com os judeus, Putin usa os ucranianos como inimigos para justificar a sua legitimidade na Rússia”

O presidente da associação de ucranianos em Portugal defende mais armamento para o país defender-se da Rússia.
  • Veículo militar nas ruas, nos arredores de Donetsk.
24 Fevereiro 2022, 17h30

O presidente da comunidade ucraniana em Portugal, Pavlo Sadokha, considerou que a prioridade neste momento no terreno deve ser “salvar vidas”, num momento em que as forças militares do Kremlin avançam por vários pontos da Ucrânia.

Ao Jornal Económico, Pavlo Sadokha diz que “cada ucraniano entende este começo de guerra como um genocídio contra ucranianos”.

“Parece que voltamos ao século passado quando Hitler encontrou os inimigos judeus e agora o Putin igualmente encontrou os ucranianos como inimigos para justificar a sua legitimidade na Rússia”, exemplificou.

Sadokha demonstra-se perplexo com as recentes ações da Rússia e revelou que os ucranianos acreditam que Vladimir Putin ficou “zangado” com a revolução “em 2014” quando saíram da esfera de controlo da Rússia.

“Para nós, não há outra solução a não ser defender a nossa existência”, assegurou o presidente da associação. Para que isso aconteça, Sadokha explicou que será necessário que os países vizinhos como Polónia, Roménia, Bulgária, Moldávia recebam “aquelas pessoas que se vão refugiar”.

Quanto à postura de Portugal, o representante da associação de emigrantes admitiu estar satisfeito e recordou o momento em que “António Costa disse que o Governo português já estava preparado para receber refugiados”.

A secretária de Estado dos Assuntos de Integração, Cláudia Pereira, já entrou em contacto com Sadokha para coordenar apoio para refugiados.

Além do apoio aos ucranianos, o presidente da associação defende ainda ser preciso a Ucrânia arranjar “armas suficientes para conseguir defender-se dos ataques aéreos”.

Depois de no começo da semana, ter declarado a independência de Donetsk e Luhansk, Vladimir Putin anunciou esta madrugada a invasão da Rússia num momento em que as tropas já estavam a entrar na Ucrânia e com bombardeamentos por todo o país, incluindo na capital Kiev.

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