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Presidente chinês denuncia “conspirações” dentro do partido

Xi Jinping diz que é necessário haver um maior controlo sobre a fraude e corrupção eleitoral que “se têm espalhado” pelo país.
3 Novembro 2016, 16h49

O presidente da China, Xi Jinping, admite que há “conspirações” dentro do Partido Comunista da China (PCC) e defende um controlo mais apertado às diferentes divisões ideológicas de modo a que a governação não seja prejudicada pela corrupção e fraude nas votações.

Num artigo publicado esta quarta-feira no Diário do Povo, jornal oficial do regime, Xi Jinping escreve que “os abusos de poder, corrupção e as violações à lei e à disciplina se têm espalhado” pelo país, sobretudo entre os membros do partido único.

“Existe um grupo de altos funcionários do partido, que dominados pela ambição política e sede de poder, recorrem à conspiração, trabalhando com pretensa dedicação, enquanto formam cliques, que visam interesses egoístas”, escreve. E acrescenta que “o nepotismo e as fraudes nas votações perduram”.

Desde que assumiu o poder em 2012, o líder comunista chinês declarou guerra aberta à corrupção. A campanha de combate a este problema lançada pelo presidente é considerada a mais persistente e ampla na história da China, que já resultou na punição de mais de um milhão de membros do partido.

Xi Jinping propõe, por isso, a reforma “das diretrizes para a vida política” dos membros do maior partido em todo o mundo, com mais de 87 milhões de militantes. As novas “regras de disciplina interna” ditam um controlo ideológico mais rigoroso, apelando aos membros do PCC para se oporem a ações contrárias à liderança do partido. Estas medidas não incluem, porém, a instituição de regras de transparência, como a declaração de bens dos líderes do partido ou a supervisão da organização por um organismo independente.

O presidente chinês lembra o ex -chefe da Segurança Zhou Yongkang, o mais alto líder da China, que foi condenado por corrupção ao conspirar pela liderança do partido.

“Como na ecologia natural, a ecologia política é também vulnerável à poluição”, escreve Xi. “Uma vez que os problemas surgem, temos que pagar um alto preço para restaurar o seu estado original”.

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