Presidente croata condena envio de armas ocidentais para a Ucrânia

Zoran Milanovic criticou as políticas ocidentais em relação à Rússia mas também a forma como a Europa está a atuar nos Balcãs. O presidente adverte que é a Europa e não os Estados Unidos que está a pagar a fatura da guerra.

Bucha, Ucrânia

O presidente da Croácia criticou as nações ocidentais por fornecerem à Ucrânia tanques pesados ​​e outras armas tecnologicamente avançadas, dizendo que essas entregas apenas servirão para prolongar a guerra. É “loucura” acreditar que a Rússia pode ser derrotada numa guerra convencional, afirmou.

“Sou contra o envio de armas letais”, disse Milanovic. “Isso prolonga a guerra. Qual é o objetivo? A desintegração da Rússia, mudança de governo? Também se fala em separar a Rússia. Isso é uma loucura”, disse, citado por vários jornais. E especificou que “é claro que a Crimeia nunca mais fará parte da Ucrânia”.

O presidente croata foi eleito em 2019 como candidato liberal de esquerda em contraponto ao governo conservador atualmente no poder – sendo a Croácia um Estado-membro da NATO. Milanovic tem-se distinguido por criticar fortemente algumas áreas de atuação da União Europeia, nomeadamente no que tem a ver com os Balcãs Ocidentais. É frequentemente acusado de ser pró-Rússia, o que já negou repetidamente.

No entanto, nos últimos meses, opôs-se abertamente à admissão da Finlândia e da Suécia na NATO, bem como ao treino de tropas ucranianas na Croácia como parte da ajuda da União ao país.

Milanovic questionou “qual é o objetivo desta guerra? Uma guerra contra uma potência nuclear que está em guerra em outro país? Existe uma forma convencional de derrotar esse país?” “Quem paga o preço? A Europa. A América paga menos”, disse.

Corroborando o que têm dito outros analistas, o presidente croata disse que “nem um único tanque norte-americano irá para a Ucrânia num ano. Apenas tanques alemães serão enviados para lá”. Milanovic é formalmente o comandante supremo das forças armadas da Croácia.

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