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Presidente da APREN “perplexo” com ausência da transição energética do debate para legislativas

Paulo Jorge Amaral destacou o potencial do sector das renováveis para o país na próxima década, quando terá de mais que duplicar a capacidade instalada, para argumentar que é incompreensível a ausência de discussão sobre este assunto entre os partidos políticos.
8 Janeiro 2022, 21h01

O presidente da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) diz não compreender a ausência da temática da transição climática da campanha eleitoral para as legislativas, especialmente considerando o potencial do país na área das energias renováveis e os ganhos que tal poderá trazer no futuro próximo.

Em entrevista à Antena 1, Pedro Amaral Jorge afirmou ficar “perplexo” perante a falta de discussão sobre esta área, em que Portugal poderá ter uma oportunidade de desenvolvimento e criação de emprego.

“Fico absolutamente perplexo que um sector que pode vir a trazer nos próximos dez anos de investimento privado mais de 25 mil milhões de euros, que pode vir a gerar 180 mil empregos até 2030, que pode vir a representar 11% do PIB na produção de eletricidade e em todo o cluster das empresas que vivem em volta […], que ninguém esteja a olhar para isto e a defender que a transição energética tem de ser olhada com lupa’, afirmou o presidente da APREN.

Paulo Amaral Jorge defendeu ainda que as normas associadas ao licenciamento têm de ser revistas e agilizadas, sob pena de penalizar a capacidade de captar investimento nesta área. Destacando a necessidade do país de, no médio prazo, “instalar mais do dobro [dos Gigawatts] do que aquilo que fizemos nos últimos 25, 30 anos”, é essencial o próximo Governo considerar esta dimensão.

“Caso contrário, temos tudo para conseguir esta transição energética com impacto económico e socioeconómico benéficos para Portugal e temos aqui uma restrição, um constrangimento”, resumiu.

Esta situação, juntamente com a falta de “reforço, através do Ministério das Finanças, de verbas necessárias às instituições afetas aos processos de licenciamento”, como a Direção-Geral de Energia ou a Agência do Ambiente, poderá colocar em causa a obtenção das metas estabelecidas pela Comissão Europeia, avisa o presidente da APREN.

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