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Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira alerta para novos problemas causados pela guerra ao consumidor insular

O Presidente da Assembleia madeirense destacou três consequências destes acontecimentos, em particular a resultante da situação de guerra.
15 Março 2022, 16h55

No dia em que a Assembleia Legislativa da Madeira (ALRAM) acolheu a Sessão Comemorativa do Dia Mundial dos Direitos do Consumidor, com a conferência “O consumidor insular no seio da Europa”, José Manuel Rodrigues alertou para novos problemas causados pela guerra na Ucrânia aos consumidores insulares.

“Nestes tempos conturbados de guerra, em que se perspetivam dificuldades e mesmo ruturas nos abastecimentos de bens essenciais, em que se assiste a uma subida generalizada dos preços das matérias-primas, da energia e dos combustíveis, em que existem problemas nas redes de logística, de transporte e de distribuição, e em que se regista uma inflação galopante, vão, com certeza, levantar-se novas questões relativamente aos direitos dos consumidores e ao cumprimento dos deveres dos produtores”, destacou.

“Se a isto acrescentarmos uma previsível subida das taxas de juro, temos a tempestade perfeita para aquilo que os economistas denominam de estagflação, ou seja, uma estagnação económica associada a altas taxas de inflação. Esta situação é muito negativa para o crescimento das economias, mas atinge, de forma muito grave, os cidadãos e as famílias com salários e pensões mais baixas”, frisou.

José Manuel Rodrigues salientou que esta realidade, que nasceu com a pandemia e agudizou-se com a invasão da Ucrânia, provocou uma desregulação dos mercados, com desfasamentos entre procura e oferta, realçando que que tão cedo não vai estabilizar.

O Presidente da Assembleia madeirense destacou três consequências destes acontecimentos, em particular a resultante da situação de guerra.

“Em primeiro lugar, é evidente que, em poucos dias, a geopolítica e a geoeconomia mundiais já sofreram alterações, e isso terá reflexos relevantes nas relações comerciais entre os diversos blocos políticos. Em segundo lugar, é imperioso que o eixo económico transatlântico Europa-Estados Unidos seja reforçado, admitindo-se um novo acordo comercial entre estas duas grandes economias. Em terceiro lugar, haverá, com certeza, um retrocesso na globalização, tal como a conhecíamos, com o isolamento de alguns mercados”, sublinhou.

Nesse sentido, José Manuel Rodrigues salientou que estas “inevitabilidades” vão ter consequências também ao nível de tudo o que está relacionado com a produção e com o consumo, o que acaba por ter impacto nos direitos dos consumidores.

“Haverá novas questões, novos problemas, novos desafios, como a revolução Digital, o incremento do comércio nas redes sociais e a inteligência artificial no marketing, a que vamos ter de responder nos próximos tempos”, referiu.

“Pelo caminho sustentado, atento, precursor, que os órgãos de Governo próprio da Região e que os serviços governamentais têm percorrido nos últimos tempos, na defesa dos consumidores e dos seus direitos, estou certo de que estamos à altura para responder às exigências dos novos e desafiantes tempos que se anunciam”, realçou, por fim.

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