A ‘guerra’ entre o PCP e as associações de apoio aos ucranianos está instalada, com troca de argumentos de ambas as partes nos últimos dias. Mas segundo declarações, ao Jornal Económico, do presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal (AUP), Pavlo Sadokha, os problemas já são antigos e o PCP tem-se posicionado sempre do lado dos regimes totalitários e corruptos.
“Esta guerra com o PCP não começou por nós. O PCP sempre foi contra a Ucrânia soberana”, começou por contar ao JE Pavlo Sadokha.
Segundo o representante “tudo começou quando a Ucrânia proibiu o Partido Comunista na Ucrânia”. “O PCP na altura fez uma declaração a condenar a Ucrânia de proibir o partido comunista”, recorda Sadokha, que defende que “os comunistas têm de ter responsabilidade moral relativamente a estes crimes” que foram cometidos na Ucrânia durante o regime soviético.
Desde então as desavenças entre PCP e Ucrânia têm-se mantido e para o presidente da (AUP) os comunistas têm estado “do lado de regimes totalitários, dos regimes corruptos”.
Sadokha recorda que “ao longo destes anos o PCP fez declarações contra o governo da Ucrânia acusando-os de serem neonazis”. O presidente da AUP classifica estes ataques como “xenofobia”.
“Achamos que isto já é de mais”, considerou o presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal, acrescentando “que a postura do PCP tem sido discriminatória”.
Desde que a guerra na Ucrânia começou que o PCP tem-se recusado a afirmar que Putin invadiu a Ucrânia. Mais recentemente o nome do PCP voltou à baila, estando associado aos refugiados ucranianos que foram recebidos por pró-russos em Setúbal.
A mais recente polémica com refugiados ucranianos motivou declarações do presidente da Associação Refugiados Ucranianos (UAPT), Maksym Tarkivskyy, que garantiu não perceber como o PCP ainda existe em Portugal. Em resposta o PCP classificou as declarações como antidemocráticas.