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Presidente da CIP: “Álvaro Barreto ajudou a desenvolver e a consolidar o que é hoje a economia portuguesa”

“Álvaro Barreto foi capaz de trazer para a política e para a governação uma visão empresarial, contribuindo, com a sua experiência e capacidade, para a existência de uma melhor compreensão do que são os problemas das empresas e dos empresários”, referiu António Saraiva.
10 Fevereiro 2020, 20h52

A CIP – Confederação Empresarial de Portugal e o seu presidente, António Saraiva, emitiram o seu pesar pela morte de António Barreto, que morreu hoje aos 84 anos.

Numa nota enviada às redações, o presidente da CIP não deixaram de recordar o papel que o ex-governante teve na sociedade portuguesa, ao ter contribuído ” de forma decisiva para o desenvolvimento da economia e da política portuguesas, através dos diversos cargos que ocupou como gestor empresarial, em diversos setores, e nas missões que aceitou na governação”.

“Álvaro Barreto foi capaz de trazer para a política e para a governação uma visão empresarial, contribuindo, com a sua experiência e capacidade, para a existência de uma melhor compreensão do que são os problemas das empresas e dos empresários”, referiu António Saraiva.

Álvaro Barreto “ajudou a desenvolver e a consolidar o que é hoje a economia portuguesa. O seu legado será relembrado”, concluiu o presidente da CIP.

Álvaro Barreto morreu esta segunda-feira aos 84 anos, depois de estar doente há várias semanas.

O ex-presidente da Soporcel teve uma vasta carreira governativa, passando por diversos cargos ministeriais ao longo das décadas de 1980 e 90, relacionados com a indústria, a integração europeia, o comércio e a agricultura.

A seguir ao 25 de abril de 1974, Álvaro Barreto aderiu ao Partido Popular Democrático, atualmente PSD. Segundo a Wikipédia, em 1978 o gestor licenciado em Engenharia Civil pelo Instituto Superior Técnico, exerceu, pela primeira vez, funções governativas, ao ser nomeado Ministro da Indústria e Tecnologia do primeiro governo de iniciativa presidencial de António Ramalho Eanes, o IV Governo Constitucional, que tinha como Primeiro-Ministro Carlos Alberto da Mota Pinto.

Em 1980, no Governo de Francisco de Sá Carneiro, tornou-se Ministro da Indústria e Energia do VI Governo Constitucional e, em 1981, já com Francisco Pinto Balsemão na chefia do governo, passou a assumir a função de Ministro da Integração Europeia do VII Governo Constitucional, o primeiro de dois que tiveram como chefe Pinto Balsemão, e que durou apenas alguns meses do ano de 1981.

Após os governos da Aliança Democrática, Álvaro Barreto voltou a exercer funções governativas, desta vez no IX Governo Constitucional, conhecido como governo do Bloco Central, por resultar de uma coligação pós-eleitoral do PS, dirigido por Mário Soares, com o PSD, então liderado por Mota Pinto.

Assim, com Mário Soares como primeiro-ministro, Álvaro Barreto foi nomeado Ministro do Comércio e Turismo em 1983, passando a assumir em 1984  a pasta do Ministro da Agricultura.

Após a vitória social-democrata nas eleições legislativas de 1985, que levaram à formação do primeiro governo de Aníbal Cavaco Silva, o X Governo Constitucional, foi Ministro da Agricultura, Pescas e Alimentação. Foi depois reconduzido no cargo após as legislativas de 1987, data da primeira maioria absoluta do PSD, que deu origem ao XI Governo Constitucional, até que, no ano de 1990, Álvaro Barreto deixou o cargo. Ao todo, foi durante seis anos consecutivos, desde 1984 até 1990, o responsável ministerial pela pasta da agricultura.

Em 1991 e em 1995 foi eleito deputado do PSD à Assembleia da República, onde integrou várias comissões parlamentares.

Em 2004 Álvaro Barreto voltou a ser nomeado para um cargo governativo, desta vez pela mão de Pedro Santana Lopes, que o escolheu para assumir o cargo de Ministro de Estado, da Economia e do Trabalho do XVI Governo Constitucional.

Mas a sua carreira não foi só política. Em 1979 foi nomeado presidente do Conselho de Gerência da TAP, cargo que abandonou em 1980, ao ingressar no primeiro governo da AD. Em 1982, por sua vez, foi nomeado presidente do Conselho de Administração da Soporcel, cargo a que regressou em 1990, quando deixou o Ministério da Agricultura, no governo de Cavaco Silva. Manteve-se na presidência desta empresa até 2004, tendo depois ido para o Governo de Santana Lopes.

Foi ainda nomeado vogal do Conselho de Administração do Millennium BCP, para o mandato de 2015-2017.

Entre outras funções que Álvaro Barreto desempenhou contam-se as de membro do Conselho de Avaliação da Fundação das Universidades Portuguesas (1996-2002); membro do Conselho Social da Universidade de Coimbra (1998-2001); e do Conselho de Planeamento e de Gestão Urbanística da Fundação Batalha de Aljubarrota (2006-2012), segundo a Wikipédia.

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