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Presidente da Endesa: “A energia tem sido a vaca leiteira das receitas dos governos”

Nuno Ribeiro da Silva afirmou ainda que “se formos ver a fatura de eletricidade que pagamos em casa, mais de 50% são impostos e taxas”.
3 Dezembro 2017, 11h42

O presidente da Endesa Portugal considera que “a energia tem sido a vaca leiteira das receitas dos governos” e critica o excesso de tributação sobre o setor. Numa entrevista conjunta à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, Nuno Ribeiro da Silva disse também que o regresso ao mercado regulado da eletricidade significa fazer a vontade ao PCP.

“Os governos todos apontam o dedo a que a eletricidade ou os combustíveis líquidos são caros, mas nunca olham para o seu umbigo e nunca olham e visitam a sua consciência para reconhecerem – desculpem-me a expressão – que a energia tem sido a vaca leiteira das receitas dos governos, e, nomeadamente, do nosso governo. Se formos ver a fatura de eletricidade que pagamos em casa, mais de 50% são impostos e taxas”, defendeu o empresário.

Nuno Ribeiro da Silva explicou, em declarações divulgadas este domingo, que “ninguém se questionou sobre porque é que temos a taxa de IVA mais elevada sobre a eletricidade”. “Se é um produto essencial – como é, obviamente – porque é que o Governo insiste em ter a taxa máxima a incidir sobre um produto essencial?”, sublinhou. Para o dirigente da Endesa Portugal, a forma como o Estado se colocou perante o produto energético é a de “um vampiro dos impostos sobre um bem essencial”.

Na mesma entrevista, adiantou não ter dúvidas de que situações de incerteza como as que se viveram com a contribuição das renováveis levam as empresas estrangeiras a ponderar os seus investimentos em Portugal, inclusive no caso da tarifa social que considera não deveria ser paga pelas empresas. Quanto ao investimento de 5 mil milhões de euros previsto pela italiana ENEL, empresa que integra a Endesa Portugal, Nuno Ribeiro da Silva argumentou que, ao manter-se a situação atual, Espanha levará a maior parte do investimento.

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