O antigo agente da polícia Arturo Lascañas acusa o presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, de ter dirigido “esquadrões da morte” e ter contratado assassinos a soldo para matar opositores, enquanto era presidente da Câmara de Davao, no sul do país. A inesperada declaração do antigo cúmplice de Rodrigo Duterte vem reforçar as investigações aos assassinatos levados a cabo pelo grupo de extermínio que vitimou mais de 1.000 pessoas no sul do país.
Ouvido pelo Senado em outubro, Arturo Lascañas tinha negado a existência dos “esquadrões da morte de Davao”. Agora, cinco meses depois, o antigo agente da polícia, um dos mais próximos de Rodrigo Duterte, enquanto presidente da câmara de Davao de 1988 a 2016, voltou ao Senado para classificar a sua anterior declaração como uma “total mentira”.
“O esquadrão da morte de Davao é real”, assegura Arturo Lascañas, numa conferência de imprensa transmitida pela televisão no Senado. “Por cada morte, o presidente da Câmara Duterte pagava-nos 20 mil pesos (cerca de 375 euros) e por vezes 50 mil (935 euros) ou 100 mil (1.875 euros)”, conta.
Arturo Lascañas confessa que ele próprio participou em alguns assassínios ordenados pelo atual presidente do país. No caso do líder religioso Jun Barsabal, em 1993, o então presidente da Câmara terá dado a Arturo Lascañas ordem direta para “o matar”, por alegada ocupação ilegal de terras.
Aos “esquadrões da morte de Davao” estão atribuídas mais de mil mortes, mas as autoridades nunca conseguiram reunir provas suficientes para comprovar a sua existência. A confirmação da existência do grupo por Arturo Lascañas vem agora dar um novo ímpeto às investigações e comprovar as declarações de outro ex-membro dos esquadrões, Edgar Matobato, que em dezembro já tinha acusado Rodrigo Duterte de ter sido o mentor de vários assassínios em Davao.
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