Estima-se que 14 mil pessoas se estejam a manifestar em todo o país face ao aumento das dificuldades numa economia que sofreu um duro golpe com a Covid-19.
O presidente do Equador, Guillermo Lasso, enfrenta voto de desconfiança no 13º dia de protestos às vezes violentos em todo o país liderados por grupos indígenas contra o aumento dos preços dos combustíveis e do custo de vida, segundo a “AFP”.
A oposição de esquerda convocou a sessão parlamentar sobre o que dizem ser o papel do presidente — um ex-banqueiro conservador que assumiu o poder há um ano — na “grave crise política e comoção interna” que deixou seis civis mortos e dezenas de feridos em ambos os lados das barricadas.
Estima-se que 14 mil pessoas se estejam a manifestar em todo o país face ao aumento das dificuldades numa economia que sofreu um duro golpe com a Covid-19. A maior parte da ira está concentrada na capital, Quito, onde cerca de dez mil manifestantes, a maioria de outras partes do país, se reuniram com paus e escudos improvisados enquanto cantam “Fora Lasso, fora!” diariamente.
Na sexta-feira, Lasso acusou os manifestantes de tentarem “um golpe” de Estado após dois dias seguidos de confrontos violentos com a polícia e o exército.
Os protestos foram convocados pela Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador, que derrubou três presidentes entre 1997 e 2005. O líder, Leonidas Iza, disse esta semana que as manifestações continuarão “até que tenhamos resultados. Não podemos conter mais a ira do povo”.
Os manifestantes estão exigindo um corte nos preços dos combustíveis já subsidiados, que aumentaram acentuadamente nos últimos meses, bem como empregos, controlo de preços de alimentos e mais despesa pública em saúde e educação.
A ação tem custado cerca de 50 milhões de dólares por dia à economia. A produção de combustível (que representa o produto mais exportado do país) foi reduzida para metade, segundo o Ministério da Energia.
