[weglot_switcher]

Presidente do Equador rompe diálogo com os líderes indígenas

Guillermo Lasso anunciou a suspensão do diálogo com os líderes indígenas que lideram as manifestações contra a carestia de vida, após a morte de um soldado no leste do Equador.
28 Junho 2022, 20h56

O Presidente do Equador, Guillermo Lasso, anunciou a suspensão do diálogo com os líderes indígenas que lideram as manifestações contra a carestia de vida, após a morte de um soldado no leste do Equador.

“Já não nos vamos sentar mais para dialogar com Leonidas Iza [o líder dos manifestantes] que apenas defende os seus próprios interesses políticos (…). Não negociaremos com quem coloca o Equador como refém”, declarou Lasso numa breve intervenção.

O dirigente indígena liderou o encontro de segunda-feira com o Presidente e foi acompanhado por outros delegados das comunidades indígenas, com mediação de representantes de outras estruturas do Estado, da Igreja católica e de organizações de direitos humanos.

Lasso justificou a decisão após a morte de um militar durante um ataque a uma coluna rodoviária que transportava combustível na província amazónica de Orellana, e advertiu que apenas dialogará com os líderes dos povos e nacionalidades indígenas que concordem num “diálogo franco e sério”.

Em paralelo, a Assembleia Nacional (Parlamento) do Equador retomou hoje o debate iniciado no passado sábado sobre a moção para destituir o chefe de Estado, promovida pelos deputados próximos do ex-presidente Rafael Correa.

A moção foi apresentada com recurso à cláusula na Constituição equatoriana de “grave crise política e tumulto interno”, na sequência dos protestos liderados pelo movimento indígena, que decorrem há 16 dias e que já provocaram seis mortos, incluindo o militar.

Esta é a terceira sessão plenária do Parlamento do Equador para debater a continuidade do conservador Lasso, que assumiu a presidência em 24 de maio de 2021 após derrotar na segunda volta Andrés Arazu, próximo de Correa.

A eventual destituição de Lasso pela Assembleia Nacional implica a designada “morte cruzada” por implicar a convocação de eleições legislativas antecipadas, e num Parlamento onde atualmente a oposição detém a maioria.

As principais forças políticas a favor da destituição de Lasso e da “morte cruzada” são as bancadas da União pela Esperança (Unes), apoiantes do ex-presidente Correa e um setor do movimento indígena Pachakutik, braço político da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), principal promotora dos protestos contra o Governo.

Para destituir o chefe de Estado são necessários os votos de dois terços do hemiciclo, o equivalente a 92 dos 137 deputados.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.