O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, está “pessimista” quanto à possibilidade de um acordo com a Grécia na reunião prevista para segunda-feira em Bruxelas.
“Nesta fase estou muito pessimista quanto a isso”, afirmou Dijsselbloem em declarações à televisão pública holandesa NOS e em alusão a um acordo no encontro de ministros das Finanças da zona euro na segunda-feira. “Os gregos têm grandes ambições mas as possibilidades, dado o estado da economia grega, são limitadas”, declarou.
O programa de assistência financeira à Grécia chega ao fim no próximo dia 28 e o novo Governo grego recusa prolongá-lo.
O Executivo liderado por Alexis Tsipras exige um novo programa com condições diferentes e quer pôr fim à austeridade que tem sido imposta desde 2010 e que teve grandes consequências no plano social.
Já os europeus querem que a Grécia prolongue o programa para se financiar a curto prazo, antes do início de negociações sobre a dívida do país, superior a 175% do Produto Interno Bruto (PIB).
Depois de uma reunião do Eurogrupo sem resultados, na quarta-feira, Tsipras e Dijsselbloem concordaram, no dia seguinte, iniciar os trabalhos tendo em vista encontrar “uma base comum” entre o atual memorando e as propostas de Atenas.
“Só emprestamos dinheiro quando forem alcançados progressos e quando foram implementadas novas reformas, o que não tem acontecido há meses”, disse o presidente do Eurogrupo.
“É o Governo grego que tem de dar o primeiro passo”, acrescentou, lembrando que o Governo de Atenas “tem sido muito claro quanto à intenção de não renovar o programa tal como está”.
O Eurogrupo também tem sido “muito claro quanto à ausência de qualquer possibilidade de mudanças no programa a não ser que ele continue”, afirmou Dijsselbloem.
Segundo a AFP, um alto responsável europeu que falava sob anonimato afirmou que a hipótese de não prolongar o atual programa e discutir um novo é “uma opção”.
OJE/Lusa