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Presidente do PS Açores recomenda antecipação de vacinas a crianças

O presidente do PS Açores considera que o calendário para o início da vacinação de crianças, entre os 5 e os 11 anos, “não parece minimamente aceitável. Vasco Cordeiro diz que “é necessário definir, com a maior urgência, um plano de ação que permita antecipar significativamente esses calendários, de forma a minimizar o prejuízo que derivará de um atraso no reinício das aulas”.
29 Dezembro 2021, 09h08

O presidente do PS Açores, Vasco Cordeiro, numa carta a que a Lusa teve acesso, dirigida ao presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, e datada da passada terça-feira, dia em que foram reportados 189 novos casos de Covid-19, o maior número diário na região autónoma desde o início da pandemia, Vasco Cordeiro alertou para a necessidade de antecipar a vacinação das crianças, entre os 5 e os 11 anos.

Nessa mesma carta Vasco Cordeiro chamou à atenção para “a necessidade urgente e imperiosa de reforçar a capacidade de testagem e de rastreio de casos positivos”, criticando a “taxa moderadora de 65 euros” implementada pelo Governo para os testes PCR.

“Um dos aspetos que é unânime, na opinião dos especialistas, é a necessidade de reforçar a testagem, sendo também unânime a posição segundo a qual o teste mais fiável e fidedigno é o feito segundo o método RT-PCR. Surpreendente e inexplicavelmente, o Governo Regional, a 22 de dezembro, faz publicar uma portaria que institui, para os testes de despiste ao SARS-CoV-2 [vírus que provoca a Covid-19], uma taxa moderadora de 65 euros para os testes PCR e de 10 euros para os testes de antigénio”, alerta o ex-presidente do Governo Regional açoriano.

Vasco Cordeiro justifica a carta com o facto de o executivo ter optado “por não dialogar, não ouvir nem informar os partidos políticos – pelo menos, o PS Açores – sobre o evoluir da situação” pandémica.

Para o PS Açores, há “três aspetos nos quais é mesmo muito urgente o Governo Regional inverter algumas decisões que tem tomado e, em alguns casos, acelerar processos para recuperar o tempo perdido”.

Quanto aos rastreios, Vasco Cordeiro alerta que, perante uma nova variante do vírus, “deveria ser facilitado, e não dificultado, o acesso aos testes”.

O socialista critica as taxas moderadoras definidas, alertando que “a pandemia não conhece rendimentos”.

A medida, defende, “deve ser revogada na sua totalidade de imediato”.

“A isso acresce a persistente baixa capacidade de testagem que a região tem evidenciado”, alerta.

O ex-presidente do executivo regional lembra que, no final de 2020, os laboratórios dos Hospitais do Divino Espírito Santo (Ponta Delgada) e Santo Espírito (Angra do Heroísmo) tinham uma capacidade “para a realização diária de mais de dois mil testes”.

O socialista considera necessário “retomar um nível de rastreio que permita a identificação de cadeias de transmissão, e não, pura e simplesmente, a declaração de transmissão comunitária”.

“A identificação de cadeias de transmissão permite uma abordagem mais focada e mais eficaz no controlo da transmissão do vírus. Permite, igualmente, que eventuais medidas mais restritivas sejam tomadas apenas onde são necessárias”, reforça, sugerindo um aumento da capacidade de rastreio através da “colaboração com as Forças Armadas”.

Para Vasco Cordeiro, é também preciso “disponibilizar mais informação e dar orientações claras e coerentes”.

Quanto à vacinação de crianças, o líder do PS Açores observa que “apenas em meados de janeiro está previsto o início do processo de vacinação de crianças [entre os 5 e os 11 anos]”, um calendário que não parece “minimamente aceitável”.

“É necessário definir, com a maior urgência, um plano de ação que permita antecipar significativamente esses calendários, de forma a minimizar o prejuízo que derivará de um atraso no reinício das aulas”, defende.

Por outro lado, devem ser “ativados os procedimentos necessários para, falhando a antecipação do calendário de vacinação, as aulas possam ser retomadas por meios telemáticos [à distância]”.

As nove ilhas dos Açores vão passar à situação de contingência devido à Covid-19 a partir de quarta-feira, passando a ser obrigatório a apresentação de um teste negativo para aceder a eventos, revelou na passada terça-feira o secretário da Saúde.

Em declarações à agência Lusa, Clélio Meneses avançou que a decisão de colocar todas as ilhas em situação de contingência (que vigorava apenas em São Miguel desde dia 23) foi tomada pelo Conselho de Governo, que se reuniu na segunda-feira.

Além da apresentação de um teste negativo para aceder a eventos, na situação de contingência a presença de público está limitada até três quartos da lotação do espaço onde a iniciativa se realiza.

São ainda encerrados as creches, os jardins-de-infância e os centros de atividades ocupacionais e proibidas as celebrações de final do ano, os ajuntamentos e o consumo de álcool na via pública.

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