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Presidente dos EUA admite reunir com príncipe herdeiro da Arábia Saudita

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, não descartou esta sexta-feira um encontro, no final do mês, com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed bin Salman, embora ainda não tenha “planos concretos” para visitar o reino.
3 Junho 2022, 18h39

Os ‘media’ norte-americanos, como o jornal The Washington Post, noticiaram nas últimas horas que o Presidente norte-americano tenciona viajar até Riade, no final de junho, para se encontrar com Bin Salman.

“Não tenho planos concretos neste momento”, respondeu Biden em resposta a perguntas de jornalistas, admitindo no entanto que há uma “possibilidade” de vir a ter uma reunião com autoridades israelitas e líderes de países árabes, incluindo a Arábia Saudita, sem especificar o local para esses encontros.

Biden explicou que o seu objetivo é reduzir as “guerras sem sentido entre Israel e as nações árabes” e garantiu que o seu Governo não mudará os objetivos de promover o respeito pelos direitos humanos, um dos seus eixos na política externa.

“Não vou mudar a minha visão sobre o respeito dos direitos humanos. O meu trabalho é conseguir a paz, se puder”, disse o Presidente dos EUA.

Um alto funcionário da Casa Branca recusou confirmar o encontro entre Biden e o príncipe herdeiro saudita, mas defendeu o reforço da aliança com Riade, que os Estados Unidos consideram ser um “parceiro importante”.

A relação entre Washington e Riade sofreu uma das suas piores crises após o assassínio em 2018, em Istambul (Turquia), do jornalista saudita Jamal Khashoggi.

Khashoggi, dissidente e colunista do The Washington Post, entrou no consulado saudita em Istambul, em 02 de outubro de 2018, para obter a documentação necessária para se casar com a namorada, Hatice Cengiz, mas nunca mais saiu do edifício.

Em 31 de outubro de 2018, o procurador-chefe de Istambul, Irfan Fidan, concluiu que pouco depois de entrar no consulado, o jornalista foi morto por asfixia e o seu corpo desmembrado.

Riade admitiu que agentes do Governo saudita mataram Khashoggi no consulado em Istambul e sentenciou cinco pessoas envolvidas, sem fornecer pormenores específicos do julgamento.

Os serviços de informações dos EUA concluiram que bin Salman ordenou a morte de Khashoggi, mas o príncipe sempre negou qualquer envolvimento no crime.

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