[weglot_switcher]

Primeira ordem de guerra de Trump: EUA atacam base aérea na Síria

Apesar das conversações na ONU sobre a guerra civil na Síria, os EUA atuaram de forma unilateral e justificaram o ataque com a necessidade de travar o uso de armas químicas mortais. Putin já condenou a operação e diz que vai causar danos graves à relação entre Moscovo e Washington.
7 Abril 2017, 07h59

Donald Trump concretizou a ameaça que fazia há já vários dias e os EUA lançaram dezenas de mísseis de cruzeiro contra um aeródromo na Síria na madrugada desta sexta-feira. Esta foi a primeira ordem de guerra dada pelo presidente dos EUA e o primeiro ataque direto contra o regime de Bashar al-Assad desde que começou a guerra civil.

O presidente norte-americano justificou o ataque contra a base aérea de Shayrat, na cidade síria de Homs, como sendo necessário para prevenir e parar a disseminação do uso de armas químicas mortais. O ataque aconteceu depois de o regime sírio ter bombardeado com armas químicas contra uma localidade no norte do país, na passada terça-feira, que matou mais de 80 civis.

“Dei ordem para um ataque militar à base aérea na Síria da qual foi lançado o bombardeamento com armas químicas. É no interesse vital da segurança nacional dos EUA evitar e parar o alargar o uso das armas químicas. Não há dúvida que a Síria usou armas químicas banidas, violou as obrigações que estão na Convenção das Armas Químicas e ignorou os apelos do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, disse Trump, numa declaração na Florida, onde está reunido com o presidente chinês Xi Jinping.

“Uma das nossas bases aéreas no centro do país foi visada ao amanhecer por um míssil disparado pelos Estados Unidos, que causou perdas”, afirmou fonte militar síria à televisão estatal iraniana, citada pela agência “Lusa”. O governador de Homs, Talal Barazi disse que “há mártires, mas ainda não temos o balanço, nem de mortos, nem de feridos”, em declarações à agência noticiosa France Presse (AFP).

O ataque foi criticado no Kremlin, segundo várias agências de notícias, com o presidente russo Vladimir Putin a considerar que a operação violou a lei internacional e prejudicou a relação entre Washington e Moscovo. Putin classificou o ataque como uma “agressão a uma nação soberana” com uma “desculpa inventada” e como uma tentativa cínica de desviar as atenções do mundo das mortes de civis no Iraque, disse Dmitry Peskov, porta-voz de Putin, citado pela Reuters.

Trump pediu a “todas a nações civilizadas para se juntarem aos EUA em acabar com a chacina e o derramar de sangue na Síria, e também para acabar com o terrorismo”.  Israel, Turquia e o Reino Unido já expressam apoio à operação, enquanto o Irão juntou-se a Moscovo nas críticas, dizendo que o ataque “é perigoso e destrutivo”.

 

[Notícia atualizada às 08h24]

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.