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Primeiro leilão offshore com potência superior a um gigawatt

O Governo pretende iniciar o processo de leilões colocando a concurso primeiro as zonas na costa norte do país.
  • Duarte Cordeiro, Ministério do Ambiente e Ação Climática. Foto: Cristina Bernardo
24 Maio 2023, 10h05

O primeiro leilão de energia eólica marítima vai colocar a concurso uma potência superior a um gigawatt. O Governo também pretende começar por licitar as zonas na costa norte do país, que contam com maior potencial eólico, logo são mais atrativas para os investidores.

As intenções foram reveladas hoje pelo ministro do Ambiente à margem da conferência da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), que decorreu em Lisboa, que voltou a reforçar que pretende lançar o leilão ainda este ano, mas não quis comprometer-se com uma data.

Recorde-se que o grupo de trabalho para o planeamento e operacionalização de centros eletroprodutores baseados em fontes de energias renováveis de origem ou localização oceânica tem até ao dia 31 de maio para entregar o seu relatório. Serão a partir destas conclusões que o Governo vai definir as regras do leilão.

Antes, no discurso de abertura da conferência, o ministro reforçou que o Governo tem a ambição de antecipar para 2026 a meta de atingir 80% de fontes renováveis na produção de eletricidade, estando por isso a rever o Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC).

Ao mesmo tempo, a meta para as eólicas offshore vai passar dos atuais 300 megawatts para os 10 gigawatts previstos pelo Governo: “São metas muito ambiciosas”, qualificou o ministro.

Estes 10 gigawatts de eólica offshore vão necessitar de 30 a 40 mil milhões de euros de investimento, sendo a maior fatia do valor total de 60 mil milhões de euros previstos em investimentos no sector energético até 2030.

São 3.400 quilómetros quadrados no mar português para instalar 11 gigawatts de energia eólica marítima (offshore) divididos por oito áreas. Esta é a proposta do Governo cuja consulta pública termina a 10 de fevereiro.

Destas oito áreas, duas destinam-se a instalar tecnologia fixa: as bases dos aerogeradores são fixados ao fim do mar, em zonas onde a profundidade máxima atinge os 50 metros: Matosinhos (181 km2 para instalar 995 megawatts) e a área de jurisdição portuária do porto de Sines (10 km2 para instalar 53 megawatts). Estas duas áreas contam com um total de 191 km2 para instalar mais de mil megawatts.

Seguem-se as seis áreas para instalar centrais flutuantes em locais onde as profundidades variam entre os 75 metros e os 200 metros) que vão de Viana do Castelo até Sines num total de 3.200 km2, numa potência de 10 gigawatts. A saber: Viana do Castelo (663 km2 para dois gigawatts), Leixões (463 km2 para 1,5 gigas), Figueira da Foz (1.238 para 4 gigas), Ericeira (256 km2) e Sintra/Cascais (84 km2) para 1 gigawatt, e Sines (499 km2 para 1,5 gigas).

E qual a distância mínima que estas áreas ficam de terra? Viana do Castelo (18,9 kms), Leixões (37,5 kms), Figueira da Foz (35 kms), Ericeira (10,5 kms), Sintra/Cascais (10,6 kms), Sines área norte (16,5), Sines área sul (15,5 kms), Matosinhos (3,5 kms), Sines (área de jurisdição portuária (1,8 kms).

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