O primeiro-ministro da Rússia, Mikhail Mishustin, está de visita a Pequim, onde, antes de assinar acordos bilaterais com a China, disse que “hoje, as relações entre a Rússia e a China estão em um nível sem precedentes” – dando nota de que a recente visita do presidente Xi Jinping à Rússia (em março) marcou um ‘antes e um depois’ nas relações entre os dois países.
Por seu turno, o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, disse que a China está disposta a trabalhar com a Rússia para promover a cooperação em vários domínios, elevando-a a um “novo nível”, referem as agências noticiosas.
A cooperação entre a China e a Rússia tem mostrado uma tendência de desenvolvimento cada vez mais visível, e a escala de investimento entre os dois também está continuamente a melhorar, disse ainda Li Qiang ao seu homólogo Mikhail Mishustin – que é neste momento o responsável russo de mais alto escalão a visitar a capital chinesa desde que Moscovo invadiu a Ucrânia.
O aumento da cooperação entre Pequim e Moscovo é a pior dor de cabeça da aliança ocidental (e não só) que apoia o esforço de guerra da Ucrânia. Os Estados Unidos sabem que, se se verificar um apoio militar do Império do Meio, o cenário mudará radicalmente. Mas muito analistas têm afirmado com a crescente reserva de Washington face a Pequim tem ‘empurrado’ o regime chinês para os braços de Moscovo.
Outra análise que vai criando sustentação é a que indica que a China não está interessada em participar ativamente na guerra com a Ucrânia – mas, num quadro de alteração profunda dos equilíbrios geo-estratégicos globais, não pode deixar de contar com o apoio de Moscovo.
Como que servindo de contraponto à visita do primeiro-ministro russo a Pequim, o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, aproveitou uma conferência em Londres para insistir em que os aliados ocidentais da Ucrânia estão preparados para apoiar o país “durante anos”. Sunak disse ainda que a estratégia da Rússia de “esperar. . . para as pessoas ficarem cansadas, entediadas, não vai funcionar” e que o Reino Unido está “a liderar uma conversa com aliados sobre que acordos de segurança multilaterais e bilaterais de longo prazo podemos estabelecer com a Ucrânia”.
Do outro lado do oceano, o apoio popular ao suporte que a Casa Branca está a fornecer à Ucrânia diminuiu alguns pontos, mas continua generalizado, segundo uma sondagem da Harris School of Public Policy and Norc, da Universidade de Chicago.
Segundo o estudo, metade da população norte-americana apoia o fornecimento contínuo de armas do Pentágono à Ucrânia para sua defesa contra as forças russas, um nível praticamente inalterado no ano passado – cerca de 25% opõe-se ao suporte militar, que já ‘derreteu’ cerca de 37 mil milhões de dólares.
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