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Produção de hidrogénio pode tornar-se mercado avaliado em um bilião de dólares, diz Goldman Sachs

Para DellaVigna, o truque é produzir hidrogénio sem emitir CO2. “É por isso que falamos de verde, do hidrogénio azul”, explicou o responsável pela unidade de commodities à “CNBC”.
23 Fevereiro 2022, 16h39

A produção de hidrogénio pode tornar-se num negócio com uma capitalização de mercado superior a um bilião (trillion) de dólares (884 mil milhões de euros), de acordo com a análise da Goldman Sachs, tendo em conta o papel que o elemento químico tem na transição para se chegar às zero emissões.

“Se queremos chegar ao zero, não podemos fazê-lo apenas com recurso à energia renovável”, apontou Michele DellaVigna, líder da unidade de commodities da Goldman Sachs para a região EMEA, à “CNBC”. “Precisamos de algo que assuma o atual papel do gás natural, especialmente para gerir a sazonalidade e a intermitência, e a solução é o hidrogénio”, adiantou.

O responsável do grupo financeiro adiantou que o hidrogénio “é uma molécula muito poderosa” que tem uma vasta gama de aplicações e pode ser aplicado em diversas indústrias. “Podemos usar no transporte, podemos usar para aquecimento e para a indústria pesada”.

Para DellaVigna, o truque é produzir hidrogénio sem emitir CO2. “É por isso que falamos de verde, do hidrogénio azul”, explicou. Segundo a “CNBC”, a própria Agência Internacional de Energia descreve o hidrogénio como um “transportador de energia versátil”.

A entidade explica que o hidrogénio verde é produzido através da eletrólise, com recurso a uma corrente elétrica que divide em água em oxigénio e hidrogénio. Ora, se a eletricidade usada no processo for de uma fonte renovável chama-se hidrogénio verde.

Por sua vez, o hidrogénio azul é o hidrogénio produzido com recurso ao gás natural, em que as emissões de CO2 geradas durante todo o processo são capturadas e armazenadas. Neste caso, o papel do hidrogénio azul tem gerado algum debate, nomeadamente sobre o seu papel na descarbonização da sociedade.

O responsável pelos commodities explica que quando se atingir uma solução que não gere emissões, a mesma pode valer “pelo menos, 15% dos mercados globais de energia, o que significará mais de um bilião de dólares ao ano”. “É por isso que precisamos de nos concentrar no hidrogénio como o sucessor do gás natural num mundo sem emissões”, explicou.

Na análise da Goldman Sachs, o mercado da produção de hidrogénio pode valer um bilião de dólares até 2050, daqui a alguns anos de distância, contra os 125 mil milhões de dólares (110,5 mil milhões de euros) em que está hoje avaliado.

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