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Produtores de leite dizem ser tempo da ministra responder às suas dificuldades

Em comunicado, a direção da Aprolep diz continuar sem “qualquer resposta pública” por parte das cadeias de distribuição que vendem o leite ao consumidor.
3 Setembro 2021, 12h21

A Associação de Produtores de Leite de Portugal (Aprolep) afirmou hoje ser “tempo” da ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, ouvir e responder às dificuldades dos produtores que continuam sem “resposta pública” por parte das cadeias de distribuição.

Em comunicado, a direção da Aprolep diz continuar sem “qualquer resposta pública” por parte das cadeias de distribuição que vendem o leite ao consumidor.

“Pelo contrário, os supermercados Lidl acabam de anunciar uma promoção com leite de marca própria a 42 cêntimos, o que corresponde a 39,6 cêntimos mais IVA. Um preço absurdo. Uma falta de respeito pelos produtores”, refere.

Em 25 de agosto, algumas centenas de produtores reuniram-se em Ribeirão, no distrito de Braga, para denunciarem os “preços insustentáveis” que o setor está a receber pela sua atividade.

A iniciativa contemplou uma ronda por várias superfícies comerciais da Trofa, no distrito do Porto, onde os manifestantes, nos seus tratores e trajados de negro, depositaram caixas a simbolizarem caixões fúnebres, como alerta para a “morte do setor”.

No local, o presidente da Aprolep, Jorge Oliveira, lembrou que a média nacional paga aos agricultores por litro de leite ronda os 30 cêntimos, mas que, para as explorações serem sustentáveis, os produtores precisavam de receber, pelo menos, entre 35 e 36 cêntimos.

A piorar a situação dos produtores está o aumento dos custos de produção, nomeadamente, os valores das rações dos animais que, desde o início deste ano, subiram cerca de 30%.

Hoje, em comunicado, a associação afirma ser tempo da ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, “ouvir e responder” às dificuldades dos produtores nacionais.

“É tempo da senhora ministra se empenhar e promover um acordo para uma nova atitude entre a indústria e distribuição que salve a produção de leite em Portugal”, defendem, acrescentando que os produtores nacionais estão há meses a receber “o pior preço do leite” entre os 27 países da União Europeia, nomeadamente, seis cêntimos abaixo da média comunitária.

“É tempo de apoiar publicamente a nossa luta pela valorização do leite e por uma justa repartição do valor ao longo da cadeia entre distribuição, indústria e produção”, apela.

Considerando ser “revoltante continuar a assistir a esta destruição do valor do leite”, a direção da Aprolep diz que, enquanto a distribuição “não mudar de atitude”, vai continuar a denunciar publicamente a situação à porta dos supermercados.

“Com ou sem aviso prévio, de várias formas possíveis, que somos nós que sofremos com o milagre dos preços baixos todo o ano”, acrescenta.

A ministra da Agricultura preside esta manhã ao encontro da produção leiteira “No Coração do Leite”, que tem lugar na Póvoa do Varzim, distrito do Porto, e é promovido pela administração da AGROS – União das Cooperativas de Produtores de Leite de Entre Douro e Minho e Trás-os-Montes.

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