Projeto da 1S1 Energy está de olho no Pego para instalar unidade industrial, mas a localização ainda não está fechada.
Um projeto de hidrogénio verde para Portugal recebeu o aval da Comissão Europeia, anunciou hoje Bruxelas.
A 1S1 Energy (‘One S One’) tem um projeto para fabricar componentes para depois vender a empresas que queiram produzir hidrogénio verde ou substituir hidrogénio cinzento (feito a partir de combustíveis fósseis) pela versão amiga do ambiente. Ao mesmo tempo, também vai produzir células de combustível de hidrogénio para fabricantes automóveis.
Em detalhe, a companhia explica que vai focar-se na “produção de componentes, para células de combustível e pilhas de eletrólise de água, de alto desempenho, e produção de alto volume de pilhas e módulos de eletrólise de água de alta eficiência em Portugal”.
O projeto recebeu o carimbo IPCEI (projeto importante europeu de interesse comum) da CE e vai agora iniciar conversações com o Governo português para definir os moldes do apoio financeiro: quanto e como.
Este projeto tem um valor de investimento total de 63,2 milhões de euros, revelou hoje ao JE um dos fundadores da empresa, Thiago Figueiredo.
O projeto está de olho na zona do Pego, distrito de Santarém, para instalar a sua unidade industrial, ao abrigo do Fundo de Transição Justa, devido ao encerramento da central a carvão no local, mas nada está fechado ainda.
E quando é que arranca a produção? “O mais rapidamente possível”, ambiciona o fundador que aponta as datas de 20272028 para a entrada em produção comercial pela unidade industrial. Esta unidade vai ter, no seu auge, capacidade para produzir anualmente 300 módulos de electrólise com capacidade de 1 megawatt cada que podem ser usados em pequenas unidades industriais ou serem agregados como “Legos” para unidades maiores.
Na ronda IPCEI Hy2 Tech, dezenas de empresas de 15 estados- membros tornaram-se elegíveis para receber fundos de um bolo com um valor total de 5,4 mil milhões de euros.
A 1S1 foi o único projeto português escolhido. A empresa foi selecionada nas categorias “tecnologia de produção de hidrogénio” e “tecnologia de células de combustível”.
Além de fundos públicos, a companhia também procura capital privado e o co-fundador aponta que o selo IPCEI vai ajudar a abrir portas.
A empresa nasceu nos Estados Unidos e teve quatro fundadores: Thiago Figueiredo, cidadão brasileiro que já viveu nos EUA, e três norte-americanos.
Com a mudança de Thiago Figueiredo para Portugal, a empresa colocou todas as suas fichas no mercado europeu dado o apetite pelo hidrogénio verde.
