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Projeto de Inteligência Artificial na saúde recebe financiamento de 1 milhão de euros

Em comunicado, a UpHill adianta que um profissional de saúde enfrenta “inúmeras decisões clínicas” desde que contacta com o doente até à prescrição de tratamento, sendo que é nestas decisões que “devem estar assentes em evidência científica atualizada e aplicável a cada caso”. 
21 Julho 2021, 07h35

A startup médica UpHill, em parceria com o grupo Luz Saúde e a Faculdade de Engenharia da Universidade da Beira Interior (UBI) viram o projeto de Investigação e Desenvolvimento, addPath, financiamento no valor de um milhão de euros. Este projeto de medicina serve para otimizar os percursos clínicos, garantindo que os doentes são tratados seguindo a melhor evidência científica.

“A decisão clínica estará sempre rodeada de algum grau de incerteza, que pode ser de natureza técnica, pessoal ou conceptual. Não obstante, é possível mitigar a incerteza técnica e conceptual ao disponibilizar – no tempo e espaço em que a decisão clínica acontece – informação detalhada, atualizada, multidimensional e confiável, relacionada com a abordagem à doença ou síndrome em causa. É precisamente neste ponto que a UpHill tem vindo a focar, com o desenvolvimento de algoritmos de apoio à decisão clínica, e que agora vai elevar para um novo patamar”, explica Eduardo Freire Rodrigues, cofundador e CEO da UpHill.

Em comunicado, a UpHill adianta que um profissional de saúde enfrenta “inúmeras decisões clínicas” desde que contacta com o doente até à prescrição de tratamento, sendo que é nestas decisões que “devem estar assentes em evidência científica atualizada e aplicável a cada caso”.

Segundo dados recolhidos pela UpHill junta da comunidade médica, estima-se que o impacto da decisão clínica na qualidade dos cuidados de saúde seja reduzido ao erro clínico, sendo que a taxa de incidência de eventos adversos evitáveis em ambiente intra-hospitalar ronda os 11% em Portugal, enquanto custa 19 mil milhões de dólares anuais nos Estados Unidos.

Para Eduardo Freire Rodrigues, o “addPath permitirá avançar significativamente o conhecimento técnico-científico nos desafios enunciados, providenciando respostas e soluções que ainda obstruem a adoção de percursos clínicos, posicionando este projeto como uma componente fundamental para a implementação generalizada da saúde baseada na evidência, a nível local, nacional e internacional”.

Atualmente, o ritmo de produção da evidência, as necessidades das unidades de saúde e a adequação das recomendações à prática clínica são apontados como barreiras para a implementação e adoção de melhores práticas na área da saúde.

“O grupo Luz Saúde tem um projeto de Saúde Baseada no Valor que pretende melhorar a cadeia de valor ao longo de todo o ciclo de cuidados”, evidencia Filipe Costa, head of Value Based Healthcare do grupo fundador do Hospital da Luz. “Para implementar esta visão é essencial dotar as equipas de instrumentos que potenciem a efetividade da decisão clínica. O conceito de VBHC em que estas iniciativas se baseiam, têm repercussão tanto em termos de resultados para os doentes, como na redução da variabilidade da prestação de cuidados e, consequentemente, um grande impacto nos custos das unidades de saúde”, nota.

Também a vice-reitora para a Investigação, Inovação e Desenvolvimento da UBI, Sílvia Socorro, considera que “este é um projeto da máxima relevância pelo impacto que pode ter na melhoria da decisão clínica, quer para os profissionais de saúde, que melhoram a eficácia do seu desempenho, quer para os doentes que beneficiam da otimização das decisões adequadas à melhor resolução dos seus problemas de saúde”.

Este projeto na área da saúde foi cofinanciado no âmbito dos incentivos à IDT +CO3SO do Portugal 2020, um conjunto de programas transversais e multissetoriais dedicados a empresas, entidades da economia social e entidades do sistema científico e tecnológico.

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