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Projetos sustentáveis já são responsáveis por 43% do financiamento do BEI

Em Portugal, o BEI financiou perto de 130 milhões de euros em projetos sustentáveis, em 2021, junto da Galp Energia e da Medway.
  • Cristina Bernardo
14 Fevereiro 2022, 17h52

Os projetos sustentáveis já são responsáveis por 43% dos investimentos do Banco Europeu de Investimento (BEI). Os números para a atividade do grupo em 2021 foram divulgados esta segunda-feira, num período em que o banco concedeu perto de 130 milhões de euros a empresas portuguesas para promover as energias renováveis e a ação climática.

“Apesar da crise da Covid-19, a quota-parte de investimentos do BEI destinados a projetos de ação climática e sustentabilidade ambiental aumentou para 43% em 2021 (face a 40% em 2020)”, afirmou o banco que tem Ricardo Mourinho Félix como vice-presidente. Isto faz com que o BEI se aproxime da sua meta, de que metade dos investimentos sejam amigos do ambiente.

“A ação climática é uma prioridade do grupo BEI”, que “continua a apoiar projetos de energias renováveis”, disse ainda Mourinho Félix, apontando para os projetos que foram financiados em Portugal. O BEI concedeu 81 milhões de euros à Galp Energia em dois projetos “verdes”.

Apesar da crise da Covid-19, a quota-parte de investimentos do BEI destinados a projetos de ação climática e sustentabilidade ambiental aumentou para 43% em 2021 (face a 40% em 2020).

O primeiro contou com 40 milhões de euros para o financiamento de centrais fotovoltaicas, no Algarve. E os outros 41 milhões de euros para projetos de mobilidade elétrica, nomeadamente a implementação de postos de carregamento elétrico.

No início deste mês, foi também anunciado que o BEI iria financiar, juntamente com o Banco Santander Portugal, a aquisição de locomotivas elétricas e de vagões pela Medway, num montante total de 122 milhões de euros, através da emissão de dívida comercial – 77 milhões de euros do Banco Santander e 45 milhões de euros do BEI. Um projeto “muito importante naquilo que é a transição climática”, disse Mourinho Félix aos jornalistas, esta segunda-feira.

Mais projetos na calha

O vice-presidente adiantou que têm um “pipeline muito robusto” a nível de investimentos, nomeadamente ao nível da energia renovável, na Península Ibérica. E que as equipas têm trabalhado em conjunto com os operadoras do mercado para que o financiamento ligado à sustentabilidade passe a representar metade daquilo que é concedido pelo banco.

Não adiantou, porém, montantes. “O panorama é bom no sentido de que temos um conjunto de projetos de energia renovável robusto [em 2022 e 2023], mas é difícil quantificar quanto é que vai ser assinado em 2022”, uma vez que os projetos estão em fases diferentes, disse Nuno Ascenso Pires, chefe de divisão das operações de crédito em Portugal.

Esta aposta nas energias “verdes” continua a ser feita numa altura em que os preços da energia estão a aumentar. Uma evolução que preocupa os governos, mas também o BEI, pelo potencial impacto nas famílias empresas. “Mas se podemos aprender alguma coisa com o aumento dos preços da energia é a necessidade de diversificar as fontes de energia no sentido das tecnologias de produção de energia sem emissões de gases com efeito de estufa”, disse Ricardo Mourinho Félix, garantindo que é aí que o BEI vai continuar focado.

O Grupo BEI, composto pelo Banco Europeu de Investimento (BEI) e pelo Fundo Europeu de Investimento (FEI), apresentou esta segunda-feira os resultados da sua atividade em Portugal em 2021. No ano passado, o Grupo BEI assinou 27 operações no país, num valor total de 5,32 milhões de euros, o que representa um aumento de 128% em relação a 2020 e um novo recorde. Em termos globais, Portugal foi o quinto maior beneficiário de apoio do Grupo BEI em 2021 e o segundo em percentagem do PIB.

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