António Costa falava na sessão de encerramento de um seminário intitulado “Consolidar o euro, promover a convergência”, que decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian, onde também participou o espanhol Luís Guindos, ministro da Economia, num discurso em que fez referência aos aos perigos inerentes ao crescimento das assimetrias no espaço europeu e em que procurou afastar a ideia de que a reforma da zona euro por si preconizada signifique inevitavelmente menos disciplina ou mais exceções entre Estados-membros.
O objectivo do primeiro-ministro é que sejam criados mecanismos que possam aliviar choques assimétricos entre países e contrabalançar as divergências entre os países da União Europeia.
Entre outras medidas que preconizou para a reforma da arquitetura da zona euro, o líder do executivo português sustentou que “importa assegurar a evolução do Mecanismo Europeu de Estabilidade na direção de um Fundo Monetário Europeu, explorando a sua ação no apoio à gestão mais eficiente das dívidas soberanas”.
Logo nas suas primeiras palavras, o primeiro-ministro esclareceu no plano político qual a sua conceção sobre a existência da moeda única, considerando que “o euro é uma das principais realizações do processo de construção europeia”.
“Construir o euro é construir a Europa e defender o euro é defender a Europa – defender uma União que garante há 60 anos a paz e a prosperidade entre os povos europeus”, declarou, antes de justificar a urgência de uma reforma na arquitetura da zona euro. “O euro como o conhecemos é uma construção imperfeita”, disse.
“Os europeístas responsáveis não podem ficar paralisados perante a ascensão do nacionalismo, do protecionismo, do populismo e da xenofobia. A União precisa de um novo ciclo virtuoso de crescimento e de convergência. A Europa só pode responder aos presentes desafios se estiver mais unida”, salientou.
António Costa defende a criação do Fundo Monetário Europeu, uma ideia que já tinha sido defendida por Pedro Passos Coelho em Maio de 2015, com vista a apoiar a gestão mais eficiente das dívidas soberanas.
Costa procurou afastar a ideia de que a reforma da zona euro signifique inevitavelmente menos disciplina dos Estados-membros. “Não passa por menor disciplina orçamental nem pela multiplicação de exceções às regras, mas, antes, por regras comuns que a todos sirvam”.
“O euro é uma das principais realizações do processo de construção europeia”, disse António Costa.
O primeiro-ministro português defendeu que devem existir “estabilizadores automáticos de alcance europeu, através, por exemplo, da cobertura da eventualidade do desemprego ou de programas de formação e reinserção no mercado de trabalho”.
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