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PróToiro acusa António Costa de atentar “contra os menores e contra a liberdade parental”

Associação defende que subida da idade mínima de acesso aos espetáculos tauromáquicos, prevista no Programa de Governo, constitui uma troca dos interesses dos menores de idade por apoios parlamentares de partidos antitaurinos.
28 Outubro 2019, 12h32

A PróToiro reagiu à subida da idade mínima para assistir a espetáculos tauromáquicos, prevista no Programa de Governo revelado neste fim-de-semana, alegando que essa medida, “que não constou no programa eleitoral do PS, é completamente absurda e atentatória dos direitos dos menores, vendendo-os a troco de apoios parlamentares antitaurinos”. Segundo Hélder Milheiro, o secretário-geral da associação que representa o setor, “a proposta discriminatória que António Costa apresenta é um atentado contra os menores e contra a liberdade parental, querendo proibir os pais de escolherem onde levam ou não os filhos”.

Considerando que a provável subida de 12 para 16 anos da idade mínima para assistir a touradas e outros espetáculos tauromáquicos mostra que “o Governo do PS continua a sua senda persecutória contra a cultura taurina e a diversidade cultural no nosso país”, a PróToiro alega que a “tentativa de limitar o acesso a um espetáculo cultural” choca com artigos da Constituição da República Portuguesa. Nomeadamente o 43.º, onde se “refere claramente que o Estado não pode programar a Educação e a Cultura segundo quaisquer diretrizes filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas”; e o 73.º, nos termos do qual “o Estado promove a democratização da cultura, incentivando e assegurando o acesso de todos os cidadãos à fruição e criação cultural”.

Igualmente citada pela PróToiro é a Convenção sobre os Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas, cujo artigo 18.º refere que “a responsabilidade de educar as crianças e de assegurar o seu desenvolvimento cabe, primacialmente, aos pais”, enquanto o artigo 29.º dispõe que a educação deve destinar-se a inculcar na criança o respeito pela sua identidade cultural, língua e valores, pelos valores nacionais do país em que vive, e o artigo 31.º “reconhece expressamente à criança o direito de participar livremente na vbida cultural e artística.

Depois de terem garantido que estavam dispostos a encetar diálogo com o Ministério da Cultura, apesar das declarações da ministra Graça Fonseca, agora reconduzida no cargo, a PróToiro garante que “os aficionados estão prontos para defender a sua liberdade” e que a associação “usará todos os instrumentos democráticos para impedir esta tentativa de violação dos direitos das crianças portuguesas”.

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