[weglot_switcher]

Prozis. Atriz Jéssica Athayde cancela contrato. Fundador diz que não precisa de Portugal e que é “incancelável” (com áudio)

As várias embaixadoras da marca que anunciaram o fim das parcerias pela posição do acionista da Prozis contam com mais de 1,6 milhões de seguidores só no Instagram.
29 Junho 2022, 08h09

Jéssica Athayde juntou-se ao rol de artistas e influencers que anunciaram o fim da sua parceira com a Prozis, pelas declarações do seu fundador sobre o fim do direito constitucional ao aborto nos Estados Unidos.

Junta-se assim às atrizes Marta Melro e Diana Monteiro ou a apresentadora da RTP Rita Belinha ou a influencer Tânia Argent no cancelamento do seu papel como embaixadoras. Juntas, contam com mais de 1,6 milhões de seguidores no Instagram.

“Acaba hoje a minha colaboração com a Prozis. E continua hoje e sempre o meu posicionamento público ao lado das mulheres. Dos seus direitos e da sua saúde, e todas as vozes vão ser necessárias neste momento tão grave em que o mundo regride à frente dos nossos olhos. Posicionem-se e usem a vossa voz”, escreveu a atriz.

A polémica teve início quando Miguel Milhão comentou a decisão do Supremo Tribunal dos EUA. “Parece que os bebés por nascer ganharam de novo direitos nos EUA! A natureza está a curar-se!”, escreveu o empresário nas redes sociais. A sua publicação no Linkedin gerou inicialmente 924 comentários com muitas críticas ao seu post e 702 gostos.

Em reação à polémica, participou num podcast na terça-feira para responder aos críticos. “Sabia que as pessoas iam reagir, mas não estava à espera que isto fosse ser tão agressivo”, começou por dizer. “Não vivo em Portugal, não preciso de Portugal, não preciso da Prozis, tenho recursos ilimitados. Eu sou incancelável, é impossível cancelar-me”.

O empresário – um dos dois principais acionistas da empresa, a par de Paula Milhão – criticou os ataques feitos à marca pelas suas declarações. “Cada um tem as suas ideias. É um bocado perturbador ver pessoas a atacar outras pessoas. ‘Não gosto do que tu dizes, vou destruir a pessoa ao teu lado por isso'”.

“Mais de 80% das mensagens que recebi foi de apoio. Houve muitas influencers que mostraram apoio. Não vamos ser manipulados por esta turba”, afirmou, esclarecendo que não é CEO da Prozis, cargo ocupado por Jorge Silva.

A marca de suplementos desportivos foi fundada em 2006 por Miguel Milhão, que hoje vive em Miami nos Estados Unidos. Atualmente, a Prozis é liderada por Jorge Silva e tem sede em Esposende, contando com uma unidade fabril em Póvoa de Lanhoso.

A marca é conhecida pela sua postura discreta, preferindo focar-se numa estratégia de comunicação junto de parcerias com os seus embaixadores, pessoas com notoriedade ou com base alargada de seguidores nas redes sociais.

Antes, em declarações ao JE, Miguel Milhão criticou a política de cancelamento. “Eu no entanto preferiria passar fome do que ser obrigado a mudar as minhas ideias. Estou pronto todos os dias para discussões construtivas que me possam tornar um ser humano melhor. Agora tentar destruir alguém pelas suas ideias é um sinal dos tempos. A mim, no entanto, não me faz espécie porque não vivo em Portugal e não dependo do país para nada. Mas acredito que esta politica de cancelamento possa destruir muitas vidas , principalmente destes tais influencers. Hoje sou eu, amanhã serão eles. É uma questão de tempo”, acrescentou o empresário.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.