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PRR dá 22 novos cursos ao país e o terceiro de Engenharia Aeroespacial

Concurso de acesso ao ensino superior 2022/23 está no terreno. Candidatos podem escolher entre 1103 licenciaturas e mestrados integrados. Governo mantém prioridade nas tecnologias.
13 Agosto 2022, 16h00

O sonho do Espaço. A Universidade do Minho junta-se, já, no próximo ano letivo, ao Técnico e à Universidade de Aveiro na oferta de Engenharia Aeroespacial. Esta área de expertise afirma-se, ano após ano, como a mais atrativa para os alunos do secundário.

No ano de lançamento em 1991, o mestrado integrado do Técnico bateu todos os ramos da Engenharia da Escola chamando a si a nota mais alta e nos últimos anos afirma-se hegemónico no concurso nacional. Logo na estreia, também o curso da Universidade de Aveiro esgotou, não só, as vagas como ascendeu ao oitavo lugar do ranking das notas. Este ano, o Técnico abre mais 10 vagas e a UA mais 15. Na UMinho são criadas 30. Nesta Universidade nasce também o mestrado em Engenharia Aeroespacial, que será leccionado em inglês.

“A nossa oferta formativa em Engenharia Aeroespacial distingue-se pela relevância das parcerias que temos vindo a desenvolver com instituições de referência a nível nacional (Programa MIT Portugal e CEiiA) e internacional no sector, nomeadamente nos Estados Unidos, com a Universidade de Massachusetts Lowell, no Brasil, com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica, e em Espanha, com a Universidade de Vigo”, explica Gustavo Dias, diretor do curso.

Ao nível da região, uma parceria com a Câmara Municipal de Guimarães vai criar um centro de desenvolvimento em Engenharia Aeroespacial nas instalações da antiga Fábrica do Arquinho. No concurso nacional, a Universidade do Minho disponibiliza 2988 vagas, mais seis dezenas do que no ano transato. No grupo dos 59 cursos, exibe outra estreia: Ciência de Dados. O novo curso promove conhecimentos sólidos em Matemática e Informática, associando “a compreensão profunda de métodos de tratamento de dados e de arquiteturas e algoritmos de aprendizagem”. São de referir os pergaminhos da UMinho na ciência de dados. Em 1977 lançou um curso com um ramo de informática, em 1985 criou o primeiro e mail e em 1991 desenvolveu a primeira ligação em Portugal à Internt e a Home Page.

Os dois novos cursos inserem-se na Aliança de Pós-Graduação da UMinho, um projeto PRR – Impulso Adultos e Jovens STEAM. No total, o concurso nacional disponibiliza 22 novos cursos apoiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), uma das principais novidades. Estes cursos enquadram-se no objetivo definido pelo Governo de António Costa de aumentar em 10% os jovens diplomados nas áreas da Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática, nos próximos cinco anos. A meta é formar mais 18 mil estudantes em domínios STEAM até 2025.

Recorde na U.Porto
No total, os cursos financiados pelo PRR representam 642 vagas, das quais 365 disponibilizadas em Lisboa e Porto e 277 no resto do país. Na Universidade do Porto nascem quatro: Desenho, Literatura e Estudos Interartes e Matemática Aplicada são estreias absolutas, enquanto Engenharia Agronómica abre vagas pela primeira vez através do regime geral de acesso. Com o recorde de 4604 vagas disponíveis para um novo máximo de 55 cursos, dos quais 49 licenciaturas e seis mestrados integrados, a Universidade liderada por António Sousa Pereira volta este ano a ser a universidade que mais “cresce” no concurso.

Suportada na forte tradição do Desenho no ensino artístico na Universidade do Porto, a nova licenciatura promete “formação transversal e qualificada em Desenho entre a Arte e Ciência” e “uma
sólida preparação de base em meios analógicos e tecnologias digitais. Já a Licenciatura em Matemática Aplicada, a lançar pela Faculdade de Ciências (FCUP), combina “forte formação matemática
com conhecimentos aprofundados em Computação e Física”, o que dará aos futuros diplomados em Matemática Aplicada habilitações para desempenhar funções em empresas de consultadoria financeira e de serviços atuariais, indústria, instituições públicas e institutos de investigação. O curso responde às pretensões dos empregadores e à necessidade de inovação nas empresas.

No grupo das instituições que mais crescem este ano figura o ISCTE. O Instituto, liderado pela antiga ministra Maria de Lourdes Rodrigues, lança 178 novas vagas e a novidade de abrir em Sintra uma escola: o ISCTE-Sintra dedicado às tecnologias digitais, economia e ciências sociais, arranca em setembro com 172 vagas e oito licenciaturas.

Além das competências digitais, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, liderado por Elvira Fortunato, também definiu como estratégico o aumento de vagas nas licenciaturas em Educação Básica, que justifica pela “necessidade premente de formação de professores”. As instituições responderam com mais 56 lugares.

Universidades e politécnicos públicos lançam a concurso mais 1400 lugares do que no ano letivo anterior, o que totaliza 53.640 vagas, às quais acrescem 721 destinadas aos concursos locais. O concurso segue as prioridades de formação anteriormente definidas e reflete a preocupação de não acentuar o desequilíbrio regional. Ao aumento de 2% nas instituições de Lisboa e Porto, as instituições do interior contrapõem 3,8%, com destaque para a Universidade da Beira Interior (UBI) e para os Institutos Politécnicos da Guarda e de Bragança, onde nascem mais de uma centena de novas vagas.

Por fim, nos chamados cursos de excelência, aqueles em que os candidato têm mais de 17 valores e mesmo assim não arranjam vaga na primeira opção, há um aumento de 153 lugares. Figuram neste grupo, os cursos de Medicina, mas apesar da autorização para poderem crescer a oferta até 10%, só uma instituição o fez: a UBI abriu mais cinco vagas.

A primeira fase do concurso terminou 8 de agosto, transitando as vagas sobrantes para as fases seguintes. Os dados estão lançados, o candidato tem a palavra.

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