[weglot_switcher]

PS acusa Pedro Calado de “sacudir água do capote” em relação a dívida de 33 milhões de euros com a ARM

O PS lembrou que, na primeira reunião da Assembleia Municipal do Funchal do novo executivo, Pedro Calado terá dito que ia chegar a acordo com a Águas e Resíduos da Madeira (ARM) “para pagar tudo e até poupar em juros, mas parece que também aí estava a mentir”, considera a porta-voz do grupo municipal do PS Andreia Caetano.
6 Abril 2022, 13h41

O grupo municipal do PS na Assembleia Municipal do Funchal acusou o presidente da Câmara Municipal do Funchal (CMF), Pedro Calado, de “enganar” os munícipes ao recusar pagar uma dívida de 33 milhões de euros da para com a empresa Águas e Resíduos da Madeira (ARM).

O PS lembrou que, na primeira reunião da Assembleia Municipal do Funchal do novo executivo, Pedro Calado terá dito que ia chegar a acordo com a ARM “para pagar tudo e até poupar em juros, mas parece que também aí estava a mentir”, considera a porta-voz do grupo municipal do PS Andreia Caetano.

Para além disso, o PS considera ainda que Pedro Calado está comprometido a não pagar a empresa devido ao facto de a dívida pública ter passado de 30 milhões de euros, em dezembro de 2021, para 33 milhões desde então. “Isso parece dar a entender que o próprio concorda que não se pague à referida empresa”, sendo que “o buraco de 33 milhões de euros de que fala [Pedro Calado] é uma parte feito por ele próprio”, acrescenta Andreia Caetano.

“Na sequência das notícias que têm vindo a ser avançadas, primeiro relativamente a uma dívida de 30 milhões de euros, e hoje sobre um alegado prejuízo financeiro de 41 milhões de euros, os socialistas acusam o executivo camarário de distorcer e baralhar a realidade propositadamente para induzir os munícipes em erro”, refere o partido.

A porta-voz do PS na Assembleia Municipal acusa ainda o autarca de falar em dívida oculta e “dentro de gavetas”, quando “afinal o que está em causa é o contencioso com a Águas e Resíduos da Madeira (ARM), há muito tornado público e do qual o atual edil tinha conhecimento, ou não fosse aquela empresa tutelada pelo Governo Regional do qual o próprio foi vice-presidente”.

O PS acusa a ARM de aumentar os preços “forma unilateral e ilegal, ou seja, de forma ilegítima e não fundamentada”, o que resultou num processo judicial levado a cabo pela anterior vereação “e do qual o próprio Pedro Calado diz não ter desistido”, salienta Andreia Caetano, acrescentando ainda que “dívida não reconhecida é muito diferente de dívida «dentro de gavetas», como o PSD bem conhece”.

Na altura em que Pedro Calado era vice-presidente do governo, este “tinha perfeito conhecimento da existência destas faturas, porque foi a própria ARM que as emitiu”, refere ainda a porta-voz do PS. Andreia Caetano diz ainda que “as faturas eram emitidas separadamente (a parte reconhecida da parte não reconhecida)”, afirmando que se tal polémica “não é aldrabice, então é incompetência””.

Para o PS, o presidente da Câmara do Funchal “baralha tudo propositadamente” tem um discurso “errado, incoerente e negligente”, ao tentar dar a entender que a dívida de 33 milhões de euros é oculta, “quando não é”, consideram, bem como “falar em 41 milhões de euros, como se acrescessem ao valor supracitado”.

“Afinal, parece que vai é reconhecer o aumento de preços e fazer aumentar a conta da água dos funchalenses”, denuncia Andreia Caetano, a qual afiança que o PS “irá estar atento e exercerá o seu papel fiscalizador”.

A porta-voz do Grupo Municipal do PS sublinha ainda que foi o próprio Pedro Calado, enquanto vice-presidente do Governo e com o pelouro das Finanças, “que mandou fazer penhoras à Câmara do Funchal, por esta então ser de outra cor política, porque às do PSD, que devem dinheiro ao Governo, e são muitas, nunca penhorou nada”, acusou.

Por fim, os socialistas acusam Pedro Calado de tentar “esconder” uma dívida de 100 milhões de euros “que deixou em 2013”, e desde então, o autarca vem construindo “uma narrativa completamente ficcional que, daqui a uns dias, culpará os executivos entre 2013 e 2021 de terem usado os “Swaps” que ele usou, levando o município a perder 1 milhão de euros, ou até de terem sido eles a criar a dívida de 100 milhões que ele próprio deixou”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.