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PS critica Governo da Madeira por insistir em obras de betão sem retorno económico

Para o PS a ampliação do molhe da Pontinha, é a última demonstração de que o Governo da Madeira “não quer nem é capaz” de alterar o modelo de desenvolvimento económico. Os socialistas madeirenses consideram que esta é a altura de repensar o modelo de desenvolvimento económico da região, que no entender do partido “não deve depender” dos gastos da administração pública.
19 Fevereiro 2021, 08h02

O PS criticou o Governo da Madeira por insistir num modelo assente em obras de betão sem retorno económico, numa fase em que a economia regional está a ser afetada pela pandemia do coronavírus, e a região regista o mais elevado desemprego do país e uma queda do PIB quase o triplo da nacional.

Os socialistas referem que a ampliação do molhe da Pontinha, é a última demonstração de que o Governo da Madeira “não quer nem é capaz” de alterar o modelo de desenvolvimento económico.

“A ampliação do molhe da Pontinha é estruturante para a Região ou para as empresas de construção civil que gravitam em torno do Governo Regional”, pergunta Miguel Iglésias, líder parlamentar do PS Madeira.

O socialista considera que se deveria apostar em medidas de defesa da economia, apoios às empresas, assegurar empregos e proteger os mais socialmente expostos.

“É bastante questionável esta obsessão de Miguel Albuquerque e de Pedro Calado, presidente e vice-presidente do Governo da Madeira, em relação a esta obra. Não é conhecido o racional para defender a inclusão desta obra no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), não se conhecem os fundamentos económicos e financeiros para esta empreitada num momento em que o mercado de Cruzeiros está parado e sem perspetivas de retoma futura e não se compreende a premência de uma obra que implica despejar mais 400 metros de betão na frente mar do Funchal, que custará aos cofres regionais um valor superior a 172 milhões de euros, o equivalente a 20% do valor total do PRR para a Madeira”, afirmou Miguel Iglésias.

Iglésias diz que esta obra coloca o interesse público para segundo plano, e continua “a alimentar determinadas” empresas de construção civil. “Será coincidência que este seja o único setor económico a funcionar em normalidade? Mas haverá dúvidas que não é a solução para impedir a queda histórica da nossa economia?”, questiona o socialista.

Para o PS esta é a altura de repensar o modelo de desenvolvimento económico da região, que no entender dos socialistas “não deve depender” dos gastos da administração pública.

O PS diz ainda que este é o momento para “criar condições para diversificar a economia, apoiar o tecido empresarial e setores mais tradicionais como a agricultura e as pescas, trazer novas oportunidades para os jovens e para apoiar empresas e projetos empreendedores que devem ter condições para desenvolver a sua atividade, gerando emprego e riqueza para a região”.

Para os socialistas o Plano de Recuperação e Resiliência tem os meios financeiros para que a região possa concretizar esses objetivos. “Contudo, a opção do Governo Regional foi de alocar a totalidade dos 561 milhões a investimento público, uma estratégia da qual discordamos por insistir na mesma receita do passado e porque contraria a diretriz relativa à resiliência económica”, sublinham.

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