O líder do PS-Madeira exigiu ao presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, uma explicação “aos madeirenses” sobre investimentos que o Governo Regional tem feito para implementar criptomoedas na Região Autónoma da Madeira.
Em causa está a recente despesa de 100 mil euros do erário público regional gastos num escritório de advogados para estudar a implementação de moeda eletrónica na região, somados “aos mais de 26 mil euros pagos para [Miguel Albuquerque] ser orador durante um minuto e meio numa conferência de Bitcoin em Miami”.
Sérgio Gonçalves quer que Miguel Albuquerque explique como se gasta 100 mil euros para a implementação pela Região Autónoma da Madeira de moeda eletrónica, dias depois deste ter afirmado que não compete ao governo fazer criptomoedas.
O presidente do PS-Madeira diz que o chefe do executivo regional está a confundir os seus interesses particulares com os interesses da região: “Só assim se explica este completo devaneio por criptomoedas que tem já os episódios lamentáveis de Miguel Albuquerque a desdizer-se em diferentes momentos”, referindo-se à ida de Miguel Albuquerque a uma convenção de Bitcoin a Miami em abril deste ano, no qual a presidência do Governo Regional desmentiu nos jornais internacionais a afirmação que a Madeira iria adotar a Bitcoin como moeda oficial.
O PS refere ainda o mais recente incidente de quando a presidência do Governo Regional desmentiu a participação na criação da primeira moeda virtual madeirense, denominada Osean, num investimento de 60 milhões de euros.
“Estes súbitos devaneios do presidente do Governo Regional começam a custar caro aos madeirenses. Não podemos ter um presidente que confunde os seus interesses particulares com o interesse da Região. Se ele quiser fazer os investimentos a título pessoal, que os faça, mas não envolva os madeirenses nestas suas aventuras financeiras”, alerta Sérgio Gonçalves.
O presidente do PS Madeira continuou a crítica a Miguel Albuquerque, desta feita mencionando a “afirmação gravíssima” do chefe do executivo regional ao questionar se vale a pena a Madeira continuar integrada na República.
“Agora assistimos a este episódio lamentável em que demonstra que a presidência do Governo Regional não faz a mínima ideia das obrigações de soberania monetária da região”, concluiu o líder socialista.