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PS rejeita “bodes expiatórios” e pede apuramento de responsabilidades pela morte de Ihor Homeniuk

O deputado Pedro Bacelar de Vasconcelos considera que o caso da morte do cidadão ucraniano, no aeroporto de Lisboa, não será resolvido com o “sacrifício de bodes expiatórios” e que, para se evitar que novos crimes “nefandos” como este aconteçam, é preciso reforçar a “cultura democrática”.
16 Dezembro 2020, 17h03

O Partido Socialista (PS) defendeu esta quarta-feira que se apure “até ao fim” as responsabilidades pela morte do cidadão ucraniano Ihor Homeniuk, em março, no aeroporto de Lisboa. O deputado Pedro Bacelar de Vasconcelos considera que o caso não será resolvido com o “sacrifício de bodes expiatórios” e que, para se evitar que novos crimes “nefandos” como este aconteçam, é preciso reforçar a cultura democrática.

“É preciso levar até ao fim o apuramento de todas as responsabilidades. É fácil encontrar bodes expiatórios mas não é com o sacrifício dos bodes expiatórios que conseguimos compreender como é possível acontecer o crime nefando que aconteceu”, defendeu Pedro Bacelar de Vasconcelos, em resposta a uma declaração política da líder parlamentar do PAN, Inês Sousa Real, sobre a morte de Ihor Homeniuk.

Pedro Bacelar de Vasconcelos classificou o crime que vitimou Ihor Homeniuk, nas instalações do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) no aeroporto de Lisboa, como de “extraordinária gravidade” e disse que a situação “releva insuficiências e deficiências de cultura política e democrática que têm de ser devidamente consideradas no tratamento pontual do caso em curso”.

Segundo o Ministério Público, o cidadão ucraniano terá sido vítima do crime de homicídio por parte de três inspetores do SEF, com a alegada cumplicidade de outros 12 inspetores.

“A questão dos direitos humanos não é uma questão utópica, pontual, dos últimos dias, meses ou anos. É uma preocupação permanente e é parte essencial na construção do Estado de direito e da democracia constitucional de que nós [deputados] somos representantes”, salientou.

Bacelar de Vasconcelos acrescentou que é preciso “tomar as medidas que, ao nível do SEF, do Governo, da Presidência da República e deste Parlamento, são indispensáveis para tornar cada vez mais difícil que voltem a ocorrer situações como esta”, e garantiu que, da parte do grupo parlamentar socialista, haverá um “empenhamento sério e construtivo” na defesa dos direitos humanos.

Sobre a atuação do Governo, reconhece que “foi lento” em agir e apurar responsabilidades e que “essa lentidão perturba-nos a todos”, mas defende que é preferível “avançar com passos seguros para resolver as coisas a sério, em vez de explorar a espuma dos dias com mais um fait divers que vai ser esquecido na próxima oportunidade”.

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