O líder do PSD Madeira, Miguel Albuquerque, advertiu esta sexta-feira, 29 de outubro, que não haverá “almoços grátis” para o futuro presidente do partido, seja Rui Rio ou Paulo Rangel, garantindo que só apoiará aquele que assumir “compromissos claros” com os madeirenses.
“Quero-vos dizer que nenhum candidato, enquanto eu for líder do PSD Madeira, tem almoços grátis”, declarou no encerramento das jornadas parlamentares do PSD/CDS-PP, no Funchal, partidos que governam o arquipélago em coligação.
E reforçou: “Qualquer candidato que queira ter o apoio do presidente do PSD Madeira vai ter que assumir compromissos claros relativamente àquilo que são os direitos dos madeirenses e do nosso povo, porque acabou o tempo das fantasias”.
Miguel Albuquerque esclareceu que esta posição se aplica também ao futuro líder do CDS-PP, cuja liderança também é disputada por dois candidatos: Francisco Rodrigues dos Santos e Nuno Melo.
“Não estou nada preocupado com quem vai ser o líder, porque os militantes é que vão escolher, quer num partido, quer noutro”, declarou.
O líder social-democrata madeirense, também chefe do Governo Regional, considerou fundamental a realização de eleições antecipadas, na sequência do ‘chumbo’ do Orçamento do Estado para 2022, na quarta-feira, antecipando que os dois partidos – PSD e CDS-PP – podem constituir-se como alternativa ao atual governo socialista de António Costa.
“A nossa esperança é que haja uma alternativa a este desastre e que os nossos partidos a nível nacional apresentem, sem medo, o que querem para o futuro do país”, afirmou, reforçando: “Nós não podemos continuar nestas meias tintas. É fundamental que o PSD e o CDS digam aos portugueses qual o caminho. E o caminho não pode ser o mesmo.”
Miguel Albuquerque disse, também, que todas as decisões que a coligação na Madeira tomar em relação às eleições legislativas antecipadas serão sempre equacionadas tendo em vista a “maximização dos apoios” para a Região.
“Temos a confiança suficiente uns nos outros [social-democratas e centristas] para pensarmos numa solução que sirva a Madeira”, sublinhou, acusando, por outro lado, o governo de António Costa, com apoio do PCP e do BE, de ter “vigarizado” a Região Autónoma com “promessas nunca cumpridas” durante seis anos.
Os grupos parlamentares do PSD – 21 deputados – e do CDS-PP – três deputados – constituem a maioria na Assembleia Legislativa da Madeira, num total de 47 elementos, onde estão representados também o PS (19 deputados), JPP (três deputados) e PCP (um deputado).
No encerramento das jornadas parlamentares, o líder da bancada centrista, António Lopes da Fonseca, afirmou que a Madeira constitui um “mundo à parte” na estabilidade governativa.
“Somos um mundo à parte porque não temos a crise política que se criou a nível nacional e somos um mundo à parte porque os madeirenses e porto-santenses quiseram que se governasse a região através de uma coligação que se consolidou ao longo deste período difícil como foi a pandemia, e que demonstrou que os dois partidos estão no governo, sobretudo para governar em função das populações e não para governarem para os próprios partidos”, declarou.
De acordo com Lopes da Fonseca, a situação é ao contrário ao nível do Governo da República, onde “cada um governa em função dos interesses partidários e não em função do interesse do país”.
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