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PSD vai recomendar ao Governo proibição de entrada da Santa Casa no Montepio

O deputado do PSD Adão e Silva anunciou, no Fórum da TSF, que vai recomendar ao Governo a proibição da entrada da Santa Casa da Misericórdia no capital do Montepio.
23 Março 2018, 13h18

O PSD vai entregar no parlamento uma recomendação solicitando ao Governo que proíba a entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa no capital social da Caixa Económica Montepio Geral.

A iniciativa foi avançada nesta sexta-feira, 23 de março, pelo deputado social democrata Adão Silva no Fórum TSF.

“Hoje mesmo entregaremos na mesa do parlamento um projeto de resolução que recomenda ao Governo que proíba a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa de fazer investimentos financeiros nos bancos, em geral e, no caso vertente, no Montepio Geral”, disse o deputado do PSD.

Para Adão Silva, a entrada da Santa Casa no montepio é um assunto sobre o qual o PSD é intransigente.

“Sobre esta matéria, não transigimos. É uma questão de valores essenciais que presidiram à constituição, há mais de 500, anos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e estão a ser gravemente adulterados”, defende, considerando que o negócio entre Santa Casa e Montepio fere os valores da instituição.

A iniciativa do PSD surge depois de o provedor da SCML ter confirmado, numa entrevista à TSF, que o negócio será fechado nas próximas semanas. “[a SCML] entrará numa dimensão que está em linha com o que a própria associação mutualista decidiu na semana passada de autorizar a direção da mutualista a alienar até 2% do seu capital”, revelou Edmundo Martinho.

Segundo este responsável, “a parcela leva o investimento da SCML no limite até aos 30 a 40 milhões de euros”, acrescentando que a instituição não ficará com o total de 2% a alienar”.

“A participação simbólica vai permitir à Santa Casa ter representantes não executivos nos órgãos sociais da Caixa Económica Montepio Geral e também escolher, em conjunto com a Associação Mutualista, o presidente da Mesa da Assembleia Geral”, disse.

Desde o ano passado que tem sido falada a hipótese de a SCML, entidade tutelada pelo Governo, entrar no capital do banco Montepio Geral, detida na totalidade pela Associação Mutualista Montepio Geral. Mas os números agora avançados estão muito longe dos 200 milhões inicialmente noticiados, um valor que o provedor desvalorizou. ” Nós fomos mantendo sempre aqui na Santa Casa um silêncio prudente sobre isto. E porquê? Porque é o tipo de intervenção que exige muita ponderação, muita prudência e muito estudo”, frisou.

Os ativos da Santa Casa rondavam os 743 milhões de euros em 2016. Se o contributo da Misericórdia se ficar pelos 3% dos ativos, o investimento será de cerca de 22 milhões. Se for até aos 4%, chega quase a 30 milhões de euros.

 

 

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