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PSI fecha em alta ligeira ajudado pela subida da EDP Renováveis. Otimismo dominou Europa

O otimismo liderou na Europa, com as empresas de energia e de banca a fecharem em baixa. O IBEX esteve entre as exceções. Em Lisboa a EDP Renováveis ajudou à subida. Já a Galp, a Semapa e o BCP travaram a subida do PSI. Petróleo caiu abaixo dos 100 dólares o barril.
6 Julho 2022, 16h33

O PSI fechou em ligeira alta ao subir 0,079% para 5.884,09 pontos, graças à subida de +2,55% da EDP Renováveis que fechou a cotar 23,77 euros. A segunda maior subida coube à Altri (+1,72% para 5,91 euros). A Greenvolt subiu +1,04% para euros. Dos nove títulos que fecharam no verde destaque ainda para a Navigator que subiu 1,32% para 3,67 euros e para a Jerónimo Martins que valorizou +0,95% para 21,36 euros.

Isto apesar de a Alpha Value recomendar a venda das ações e baixar o price-target de 18,9 euros para 18,2 euros. Já o CaixaBank BPI aumentou a avaliação das ações da Jerónimo Martins, de 22,55 euros para 24,00 euros, salientando que o efeito da subida da inflação é “amigável” para a retalhista, que permanece com um “momentum” forte no curto prazo.

Em queda fecharam seis títulos. O destaque vai para a Galp que tombou -3,34% para 9,85 euros; a Semapa que recuou -2,56% para 12,92 euros; e o BCP que fechou a cair -1,55% para 0,1465 euros.

O otimismo liderou na Europa, com as empresas de energia e de banca a fecharem em baixa. Quem o diz é o analista do Millennium BCP, Ramiro Loureiro.

O Eurostoxx 50 subiu 1,83% para 3.421,34 pontos e o Stoxx 600 fechou a subir 1,66%.

“Os mercados europeus encerraram na sua maioria em alta com os principais índices a registarem ganhos superiores a 1,5%, depois de uma sessão de queda ontem. Ainda assim, apesar das boas valorizações, o dia foi caracterizado por fracos dados económicos na zona euro, como o das vendas a retalho, que apesar de terem vindo acima do esperado, mostraram um abrandamento para valores mais baixos desde o início de 2021”, avança o analista de mercados do BCP.

“O dia foi também caracterizado com uma descida generalizada das yields que, apesar de fraca, penalizou o setor da banca, com alguns bancos a tombarem mais de 6%, como o Bankinter, o Sabadell e o CaixaBank, que arrastaram consigo o IBEX”, destaca a análise da MTrader.

“A registar pior performance esteve o setor de Energia, com a descida dos preços do petróleo, apesar da retoma às valorizações do gás natural para distribuição na Europa, que atingiu novos máximos. O eurodólar manteve tendência descendente, quebrando a barreira dos 1,02”, segundo o mesmo analista.

Ramiro Loureiro salienta que “o índice nacional foi dos que menos valorizou no plano Europeu, penalizado pela desvalorização superior a 3% da Galp, seguido da queda de Semapa e também do BCP, que desvaloriza com a descida das yields”.

“Já os EUA pioraram o sentimento face à abertura, depois dos dados de atividade nos serviços terem atingido mínimos de 2 anos, e também sob receios de recessão, depois da inversão da yield curve”, conclui.

O FTSE 100 subiu 1,17% para 7.107,8 pontos; o CAC 40 avanções 2,03% para 5.912,4 pontos; o DAX cresceu 1,56% para 12.594,5 pontos; e o FTSE MIB fechou em alta de 1,04% para 20.921 pontos.

Apesar do verde dominar os mercados de ações europeus, há exceções. O madrileno IBEX caiu 0,14% para 7.948,6 pontos. Só a Noruega e a Áustria acompanharam Espanha nas quedas.

A época de resultados do segundo trimestre está aí à porta, com 32 companhias do Stoxx600 a divulgarem as contas já na próxima semana. As estimativas dos analistas apontam para um crescimento homólogo de 19,2% nos lucros.

Em termos macroeconómicos o dia foi marcado pelos dados das vendas a retalho na zona euro, relativos ao mês de maio, que mostraram um abrandamento para 0,2% no crescimento homólogo face ao mês anterior (3,9%), quando se esperava uma contração de 0,3% durante o período. Países como Finlândia, Áustria, Alemanha, Luxemburgo e Dinamarca foram os que registaram as maiores contrações homólogas nas vendas a retalho na Zona Euro, com decréscimos superiores a 5%. No entanto, importante ainda de notar que a maior economia da região, a Alemanha, também mostrou uma contração homóloga de 3,6%. Em termos sequenciais, vendas a retalho mostraram uma variação sequencial positiva de 0,2%, superior ao valor registado no mês de abril que verificou uma contração de 1,3%, mas ficando aquém das estimativas de mercado, que esperava uma aceleração de 0,4% no mês de maio.

A crise energética continua a acentuar os receios de recessão económica. O euro cai 0,93% para 1,0171 dólares e há já analistas a apostar que o dólar vai ultrapassar o euro este ano.

Destaque para o facto de o secretário de Estado dos Assuntos Europeus ter dito hoje que “está na altura de passar das palavras aos atos” nas interligações energéticas entre a Península Ibérica e o resto da União Europeia (UE) para reduzir a dependência da Rússia.

O Parlamento Europeu validou hoje a classificação de nuclear e do gás como fontes de energia economicamente sustentáveis do ponto de vista ambiental, ao rejeitar uma moção de objeção à polémica proposta da Comissão Europeia. As organizações ambientalistas internacionais Greenpeace e WWF prometeram ações contra a inclusão do gás natural e da energia nuclear na lista de investimentos sustentáveis da UE, após os eurodeputados não terem, hoje, conseguido vetar a medida.

O petróleo Brent, referência na Europa, tomba 3,42% para 99,26 dólares, baixando da barreira psicológica dos 100 dólares. Já o crude no NYMEX cai 3,64% e está nos 95,88 dólares o barril.

No mercado de dívida pública, a Alemanha tem as bunds em alta de 2,78 pontos base para 1,20%. Já Portugal na dívida a 10 anos vê os juros recuarem 0,43 pontos base para 2,27%. Espanha tem os juros em queda 0,80% para 2,27% e Itália, pelo contrário, tem os juros soberanos a subirem 0,20 pontos base para 3,15%.

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