PSI lidera perdas em dia misto nas bolsas europeias. CTT tombam 5% após resultados

O PSI está a ser o mais castigado num dia misto nas bolsas europeias. O índice português cai 1,39% para 5.784 pontos. arrastado pela reação muito negativa às contas dos CTT, bem como pelas quedas relativamente expressivas de Sonae, Greenvolt e EDP Renováveis.

O PSI está a ser o mais castigado num dia misto nas bolsas europeias. O índice português cai 1,39% para 5.784 pontos. arrastado pela reação muito negativa às contas dos CTT, bem como pelas quedas relativamente expressivas de Sonae, Greenvolt e EDP Renováveis.

Os CTT recuam -5,14% depois de revelarem que fecharam o ano passado com lucros de 36,4 milhões de euros, o que representa uma queda de 5,2% face aos 38,4 milhões registados em 2021.  Foram itens extraordinários que acabaram por ditar a descida nos lucros, nomeadamente o custos com a polémica mudança de sede.

A empresa revelou que as receitas consolidadas aumentaram 6,9% para os 906,6 milhões de euros, tendo todas as áreas de negócio crescido. No entanto, também os gastos operacionais aceleraram, fixando-se nos 850,5 milhões, mais 64,5 milhões do que no anterior.

“Ascenderam a uma perda líquida de 8,4 milhões de euros, o que compara com um ganho líquido de 1,8 milhões em 2021”, justifica a instituição liderada por João Bento na nota enviada à CMVM. Aqui estão custos de 3,6 milhões de euros relacionados com a saída antecipada do edifício da antiga sede. Ou seja, sem estes encargos, os resultados teriam sido superiores aos de 2021.

A Greenvolt cai -4,48%; a EDP Renováveis perde -3,16%; a Sonae tomba -7,38%; e o BCP desce -2,02%. A Sonae está a ser arrastada depois de a gestão da empresa ter assumido o compromisso de limitar a subida do preço final.

De todos os títulos do PSI só um está no verde e é a Galp que valoriza -2,02%, apesar de o preço-alvo ter sido cortado pela JB Capital.

“As bolsas europeias vão oscilando entre o verde e o encarnado ao longo da manhã, após a confirmação de que a inflação na Zona Euro recuou ligeiramente em fevereiro, ainda que em termos core e supercore continue a merecer atenção”, refere o analista do Millennium BCP, Ramiro Loureiro, na sua análise.

“As comunicações de política monetária do BCE de ontem continuam a conferir algum otimismo, em especial as indicações que levaram a acreditar que o aumento de 50 pontos base na taxa de juro diretora para a Zona Euro poderá ter sido o último neste ciclo de subida de juros. A Banca é tranquilizada por uma ação conjunta anunciada ontem por alguns dos maiores bancos norte-americanos para injetar depósitos no First Republic, de modo a suportar o banco, reduzindo assim os receios de colapso”, refere a análise da MTrader.

“No entanto, o Credit Suisse continua a ser motivo de alguma preocupação, perante notas de que nem ele nem a UBS pretendem qualquer combinação de negócios, um cenário que o Governo suíço estaria a colocar em cima da mesa”, conclui a MTrader.

As medidas que estão a ser implementadas para apoiar os bancos em dificuldades estão a contribuir para estabilizar os mercados, motivando uma subida das ações e a correção em baixa nas obrigações, embora não resolvam o problema de fundo e, por isso, sejam insuficientes para afastar o fantasma da crise. As ações do Credit Suisse dispararam ontem depois do banco central da Suíça ter disponibilizado um financiamento de emergência de 50 mil milhões de francos suíços. Já o First Republic Bank também recuperou depois dos grandes bancos norte-americanos terem depositado 30 mil milhões de dólares na instituição, no âmbito de um acordo que envolveu o Governo dos EUA.

Na Europa, o EuroStoxx 50 cai ligeiramente (-0,01%),. Também Londres está com uma queda semelhante.

O CAC recua 0,24%; o DAX desce 0,07%; o FTSE MIB perde 0,21%; e o IBEX cai 0,57% nesta altura.

Na macroeconomia o destaque vai para a OCDE que defendeu hoje, na atualização das previsões económicas, mais aumentos das taxas de juro em muitas economias, incluindo na zona euro e nos EUA, e que as medidas de apoio se tornem focadas para os mais vulneráveis.

A OCDE melhorou ligeiramente as perspetivas de crescimento mundial para 2,6% este ano e 2,9% em 2024, face ao anterior relatório, contudo, alertou que continua moderado e a refletir o aperto da política monetária. Mais otimista vê agora zona euro a crescer 0,8% em 2023 e 1,5% em 2024. A OCDE espera que a redução dos preços da energia e da inflação se reflita no crescimento da zona euro, prevendo que o PIB aumente dos 0,8% que aponta para 2023 para quase o dobro em 2024.

O Banco Central Europeu convocou para hoje uma reunião extraordinária do conselho de supervisão para debater a turbulência no setor bancário dos Estados Unidos, foi anunciado.

Na Europa foi ainda notícia que a o salário mínimo na Grécia vai aumentar 9,4% para 780 euros a partir de 1 de abril, excedendo pela primeira vez o nível de antes da crise financeira, iniciada em 2009, e durante a qual caiu até 550 euros.

O petróleo está flat no mercado de Londres, com uma variação positiva de 0,01% para 74,71 dólares.

O euro sobe 0,08% para 1,0619 dólares.

 

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