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Putin não declara guerra e volta a defender “operação militar especial” na Ucrânia” (com áudio)

O presidente russo disse que o foco do exército agora é o leste da Ucrânia e a região do Donbass. E voltou a criticar a NATO.
9 Maio 2022, 07h45

O presidente russo não declarou oficialmente guerra à Ucrânia, conforme era esperado por alguns analistas, no seu discurso no dia da vitória que teve hoje lugar na Praça Vermelha em Moscovo.

No discurso, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia foi uma medida necessária e tomada no “devido momento”. “Foi a decisão certa” de um país forte, independente e soberano, segundo a “BBC”.

Putin disse que o foco do exército russo agora era a região do Donbass no leste da Ucrânia.

O presidente também disse que a Rússia “apelou à Europa para encontrar um compromisso justo, mas não nos quiseram ouvir”.

“Em Kiev, estavam a dizer que queriam ter armas nucleares e a NATO começou a explorar as terras próximas de nós e tornou-se uma ameaça óbvia ao nosso país e às nossas fronteiras. Tudo estava a dizer-nos que tinha chegado a altura de lutar”.

Se declarasse oficialmente guerra ao país vizinho, Moscovo poderia proclamar a mobilização geral dos reservistas do exército russo. E também iria permitir ao Governo russo avançar para o recrutamento obrigatório de cidadãos para o exército.

Curiosamente, Putin deixou de fora do seu discurso a cidade de Mariupol, onde têm decorrido ferozes combates e onde o batalhão Azov continua a resistir, apesar de cercado pelo exército russo na siderurgia Azovstal.

Em termos de equipamento, a Rússia já perdeu 675 veículos de combate, 621 tanques, 347 veículos blindados, 163 peças de artilharia, 108 camiões de transporte, 58 drones, 39 helicópteros, 26 aviões e seis navios de guerra, segundo dados da Oryx, citados pela “BBC”.

Entretanto na Ucrânia, as forças do Kremlin bombardearam uma escola numa aldeia no leste do país matando 60 pessoas, anunciou hoje o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.

Já na cidade de Mariupol, que tem sido bastante atacada ao longo da invasão de 10 semanas, um dos responsáveis do batalhão Azov, que continua entricheirado na siderurgia Azovstal, pediu à comunidade internacional ajuda para evacuar soldados feridos.

“Vamos continuar a lutar à medida que estamos vivos para repelir os ocupantes russos”, disse o capitão Sviatoslav Palamar, citado pela “Reuters”.

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