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Qatar. Deixar a organização do Mundial pode resolver a crise

Apesar de já se ter especulado sobre isso, esta foi a primeira vez que alguém de uma das quatro nações árabes que atualmente boicotam o país aponta uma ligação direta entre a organização do torneio da FIFA e o impasse diplomático que se vive há meses.
9 Outubro 2017, 17h07

Um membro dos serviços de segurança dos Emirados Árabes Unidos revelou à Associated Press que a crise diplomática no Qatar pode acabar se o governo local deixar cair a organização do Mundial de Futebol de 2022. O tweet do passado domingo do Tenente General Dhahi Khalfan, do Dubai, chegou numa altura em que os que se opõem ao Qatar criticam abertamente o torneio de futebol.

No domingo, Khalfan escreveu naquela rede social: “Se o Mundial de Futebol sair do Qatar, a crise acaba, porque a crise foi criada para acabar com isso [a organização do Mundial]”. Já na segunda-feira, Khalfan regressou ao Twitter para escrever que os seus tweets correspondiam à sua “análise pessoal”: “Eu disse que o Qatar está a fingir uma crise e diz estar a ser cercado para poder escapar-se aos encargos de construir dispendiosas infraestruturas desportivas para o Mundial”. Num segundo tweet, acrescentou: “Por isso é que o Qatar não está pronto nem pode acolher o próximo Mundial.”

Fontes oficiais do Qatar não responderam aos pedidos de comentários feitos pela Associated Press na segunda-feira, mas a agência lembra que no dia 6 de outubro, o responsável máximo pelo torneio naquele país havia revelado que o boicote não coloca em perigo a realização do Mundial de 2022.

Recorde-se que o Bahrain, o Egito, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos cortaram relações diplomáticas com o Qatar no dia 5 de junho, em parte devido a alegações de que Doha apoia extremistas e tem ligações ao Irão. O Qatar vem negando as acusações de financiamento terrorista e restaurou todos os laços diplomáticos com o Irão, com quem partilha uma enorme bolsa de gás natural ao largo da sua costa.

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