Qatargate: Parlamento Europeu levanta imunidade dos acusados

O processo está a ser conduzido em tempo recorde, o que prova que a câmara sentiu o acontecimento como uma verdadeira catástrofe reputacional, como aliás disse a sua presidente, Roberta Metsola.

O plenário do Parlamento Europeu levantou esta quinta-feira a imunidade dos eurodeputados socialistas Marc Tarabella e Andrea Cozzolino, que a justiça belga quer interrogar pelo seu alegado envolvimento no Qatargate, o escândalo de suborno de personalidades da instituição legislativa europeia para influenciar em decisões sobre países como Qatar e Marrocos.

Os eurodeputados aprovaram rapidamente, em votação por braço no ar, a retirada da imunidade dos dois parlamentares, o que demonstra que o escândalo foi profundamente sentido pelos eurodeputados – e as suas repercussões são vistas, tal aliás como disse a sua presidente, Roberta Metsola, como um grave atentado à câmara.

Os envolvidos têm defendido a sua inocência e pronunciaram-se a favor de serem investigados para a provar. Segundo as agências noticiosas, Marc Tarabella esteve presente na votação. Quando chegou a sua vez, o belga também votou pelo levantamento da sua própria imunidade.

O processo de retirada da imunidade a pedido de um tribunal nacional tem sido particularmente célere, sinal da vontade do Parlamento Europeu de mostrar que está a fazer todos os esforços para conter as metástases do escândalo e que este afetou gravemente a sua reputação. Há apenas um mês, a pedido da justiça belga, Roberta Metsola requereu formalmente o início do processo com urgência e fixou o prazo máximo para a sua conclusão a 13 de fevereiro.

A votação em plenário em Bruxelas esta quinta-feira foi o passo final necessário para formalizar o levantamento da imunidade. A partir de agora, os tribunais belgas poderão chamar, questionar e até mesmo prender Tarabella e Cozzolino.

A ex-vice-presidente do Parlamento Europeu Eva Kaili — ainda eurodeputada, como Tarabella e Cozzolino – o seu assistente parlamentar Francesco Giorgi, Niccola Figa-Talamanca, também italiano, ex-líder de uma ONG supostamente envolvida no esquema, e Pier Antonio Panzeri continuam em prisão preventiva, acusados ​​de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A justiça belga rejeitou os seus pedidos de libertação pedida em várias ocasiões.

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