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Quanto custou salvar o euro? 1,2 biliões de euros, responde o Deutsche Bank

Há cinco anos, Draghi afirmou que iria fazer tudo o que fosse necessário para salvar o euro. O Deutsche Bank calculou que o esforço custou 1,2 biliões, um número que levou os analistas a identificar “uma confluência estranha que faz lembrar o Código Da Vinci”.
31 Julho 2017, 12h06

Cinco anos depois da célebre frase de Mario Draghi, “tudo o que for necessário” para salvar o euro, estão à vista, com o Banco Central Europeu (BCE) já a planear a discussão sobre a redução dos estímulos. Em 2012, no auge da crise da dívida soberana, muitos temiam que o euro pudesse ter uma solução, o presidente do BCE não teve mãos a medir e garantiu que faria de tudo para salvar o euro.

“Durante o nosso mandato, o BCE está preparado para fazer o que for necessário para preservar o euro e acreditem que tal será suficiente”, disse Draghi em Londres, numa conferência de investidores.

Passados cinco anos, poucos analistas duvidam que a estratégia do BCE tenha resultado, pelo menos até agora. Para assinalar o marco (que teve lugar a 26 de julho) , Luke Templeman e outros analistas do Deutsche Bank questionaram quanto custou essa operação para salvar a moeda europeia.

“Cerca de 1,2 biliões de euros [1,2 milhões de milhões]”, responderam os analistas do banco alemão, citados pela Bloomberg. “É esse o valor da subida da folha de balanço do BCE na meia década desde o discurso de Draghi em Londres (um local irónico tendo em conta a perspetiva atual post-Brexit)”.

Templeman e os colegas notaram ainda que várias coisas mudaram por esse mesmo montante nos últimos cinco anos “numa confluência estranha que faz lembrar o Código Da Vinci”, fazendo referência ao bestseller de Dan Brown sobre conspirações e coincidências históricas.

Identificaram três pontos nessa confluência: o Produto Interno Bruto (PIB) da zona euro cresceu cerca de 1.2 biliões de euros; a folha de balanço da Reserva Federal norte-americana aumentou perto de 1,2 biliões de euros, e a capitalização total dos títulos das chamadas FANG (as gigantes tecnológicas americanas Facebook, Amazon, Netflix e Alphabet) também disparou o equivalente a cerca de 1,2 biliões de euros.

Os analistas alertam, no entanto, que não se pode dar importância exagerada a essa coincidência, lembrando que “para os números norte-americanos serem relacionados, teria sido necessário que todos os títulos que a Reserva Federal comprou tivessem levado as pessoas a gastar mais tempo nesses sites (FANG)”.

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