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“Quarta dose da vacina será uma inevitabilidade”, diz especialista

Segundo o vice-presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública “em 2022 teremos novas versões das vacinas adaptadas à Ómicron que terão mais eficácia ao nível naquilo que é a mortalidade e doença grave”.
16 Dezembro 2021, 17h30

No mesmo dia em que o primeiro-ministro falou na existência de uma quarta dose da vacina contra a Covid-19 o vice-presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública (AMSP), Gustavo Tato Borges concordou e considerou que seria “inevitável” a sua administração.

“Não há evidência científica sobre este assunto, mas por outro lado acho que a quarta dose da vacina será uma inevitabilidade”, disse ao Jornal Económico (JE) Gustavo Tato Borges.

Segundo o médico de saúde pública “em 2022 teremos novas versões das vacinas adaptadas à Ómicron que terão mais eficácia ao nível naquilo que é a mortalidade e doença grave para esta variante e isso será uma vantagem para vacinar os mais vulneráveis”. De recordar que atualmente existem 69 casos da Ómicron.

“Portanto, à partida sendo novamente uma vacina segura e adequada a esta faixa etária [65 anos ou mais] será autorizada e não vejo razão nenhuma para que não haja esta vacinação”, sublinhou o especialista acrescentando que “mesmo sem a adaptação prevê-se que em 2022 existam as vacinas de segunda geração”.

Quanto à comparação da variante Ómicron com a Delta, Gustavo Tato Borges explicou que a variante descoberta pela primeira vez na África do Sul é mais “preponderante”.

“A ómicron é mais infeciosa, mais virulenta do que a variante do que a variante Delta. Os dados que temos apurados indicam que não parece estar a provocar mais doença grave, nem sequer uma sintomatologia mais severa e portanto parece ser uma variante do vírus que provoca doença mais leve”, avaliou o especialista.

Gustavo Tato Borges classificou a Ómicron como “uma novidade” tendo em conta a “quantidade de mutações”, o que faz com que “seja bastante diferente da variante Delta”.

Assim sendo, “houve uma necessidade de perceber se a variante é alvo eficaz das vacinas ou não”. “Até agora os dados indicam que as vacinas continuam a proteger, não com a mesma eficácia do que para a variante delta ou para a variante original”, sublinhou.

Sobre o futuro e possíveis novas adaptações da vacina, Gustavo Tato Borges admitiu que poderá acontecer, tal como se verificou com a vacina da gripe.  “Sempre que houver uma variante que de facto se torne preocupante e seja uma variante que possa diminuir consideravelmente aquilo que é a eficácia das vacinas poderá vir a ser necessária renovar a vacina e adaptar a esta realidade. O exemplo mais básico é a vacina da gripe que todos os anos é adaptada”, exemplificou.

Desta forma, o médico de Saúde Pública diz esperar que “haja um investimento muito grande das entidades mundiais para vacinar os países mais vulneráveis para que rapidamente tenhamos uma cobertura mundial aceitável contra este vírus para diminuir a probabilidade de aparecerem novas variantes”.

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