[weglot_switcher]

Quase 40% das empresas de restauração e bebidas ponderam pedir insolvência

“A esmagadora maioria refere que não irá conseguir suportar os encargos habituais, como pessoal, energia, fornecedores e outros”, alerta a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal.
  • Cristina Bernardo
3 Julho 2020, 09h35

Apesar da reabertura da economia, há empresas que continuam a viver uma situação difícil, na sequência da pandemia da Covid-19 e, assim, 38% das empresas do setor da restauração e bebidas pondera avançar com pedido de insolvência já em julho, de acordo com um inquérito realizado pela Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP).

“A esmagadora maioria refere que não irá conseguir suportar os encargos habituais, como pessoal, energia, fornecedores e outros”, realça a AHRESP, salientando que o mês de junho “foi dramático” para as empresas do setor.

Mais de 24% das empresas registaram perdas superiores a 40%, 22% com quebras homólogas superiores a 60%, e 12% com uma quebra acima dos 90%, segundo o inquérito. Resultado? Mais de 54% diz não ter condições para pagar os salários no final deste mês de julho sem o apoio do regime de lay-off simplificado.

A associação setorial diz também que “mais de 87% das empresas recorreram” ao regime de lay-off simplificado, “tendo 93% prorrogado para maio, 76% para junho, e cerca de 69% tenciona prorrogar para julho”.

Perante este cenário, 22% das empresas da restauração e bebidas diz que vai ter de despedir trabalhadores e outros 70% não sabem se terão condições de manter o número total de trabalhadores atual.

Mas o atual quadro de incerteza e instabilidade afeta também as empresas de alojamento turístico. De acordo com o mesmo inquérito, divulgado esta quinta-feira, 24% das empresas continuavam encerradas em junho e, durante todo o mês, “mais de 47% das empresas não registaram qualquer ocupação e 41% indicou uma ocupação até 25%”.

O setor do alojamento turístico vive dias de agonia, sendo que o Instituto Nacional de Estatística diz que nos meses de abril e maio registou uma “interrupção quase total” na atividade turística.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.