Quase metade dos 1.511 refugiados que chegaram a Portugal, no âmbito do programa de recolocação da União Europeia (UE), já deixaram o país, avança o jornal ‘Público’. As instituições de acolhimento de refugiados dão conta de que há vários refugiados que interrompem o programa de acolhimento e rumam a outros países da Europa para se autonomizarem.
“Para nós não há abandonos, muito menos fugas, porque as pessoas não estão presas. O que há são processos de autonomização precoce. Há pessoas, adultos, que livremente decidem autonomizar-se mais cedo”, explica o responsável da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR), Rui Marques. “No nosso caso, das cerca de 600 que nós acolhemos, cerca de 300 já se autonomizaram e 300 mantêm-se connosco”.
O mesmo se verificou entre as quatro grandes entidades com protocolos celebrados com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF): a União das Misericórdias Portuguesas (UMP), a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), a Câmara Municipal de Lisboa (CML) e o Conselho Português para os Refugiados (CPR).
No caso do CPR, do conjunto das 362 pessoas acolhidas, desde dezembro de 2015, quando se iniciou o programa de recolocação, 216 abandonaram os projetos de acolhimento. Atualmente permanecem apenas 146 pessoas, cerca de 40% dos refugiados recebidos. A porta-voz do CPR, Mónica Fréchaut, explica que muitas das pessoas que vieram para Portugal decidem sair para “juntar-se a familiares que estão noutro ponto da Europa”.
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